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terça-feira, 7 de março de 2017

A POLUIÇÃO MATA


   Os riscos ambientais causam, todos os anos, a morte de 1,7 milhão de crianças com idade entre quatro meses a 5 anos. Isso significa que uma em cada quatro mortes nessa faixa etária são atribuídas a ambientes considerados insalubres. Os inimigos mais comuns, poluição do ar, água não tratada, falta de saneamento e higiene inadequada, estão em grandes partes dos países, principalmente os mais pobres. O alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) veio por meio de um estudo chamado Herdando um Mundo Sustentável: Atlas sobre a Saúde das Crianças e o Meio Ambiente. É revoltante que no século 21 aconteçam tantas mortes que poderiam ser prevenidas com intervenções como o acesso à água tratada. O estudo da OMS reforça com números alarmantes o que todos sabem e muitos esquecem: a poluição mata. E as pessoas mais indefesas são justamente as crianças. No estudo, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, lembram que os órgãos das crianças pequenas estão em desenvolvimento, fato que as tornam especialmente vulneráveis ao ar sujo e à água contaminada. E as exposições prejudiciais podem começar já no útero materno. A fumaça do cigarro é um exemplo. As principais causas das mortes de pessoas menores de cinco anos ligadas ao meio ambiente são infecções respiratórias, diarreia, malária e lesões não intencionais atribuídas ao ambiente em que vivem, como envenenamento, quedas e afogamento. A divulgação do estudo acontece em um momento bastante oportuno quando o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, toma medidas que pode significar um retrocesso nas políticas de proteção ao meio ambiente. É o caso da nomeação de Scott Pruitt, um negacionista da mudança climática, para chefiar a Agência de Proteção Ambiental. E o anúncio que os Estados Unidos vão abandonar a sua política de redução de energias poluentes. Os efeitos do aquecimento global não são uma hipótese e já foram temas de estudos científicos. Minimizar o problema por ganância é colocar em risco a saúde das crianças e a vida no planeta. (OPINIÃO, página 2, terça-feira, 7 de março de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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