Páginas

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

POBREZA EXTREMA VOLTA A CRESCER NO PAÍS

 
   A extrema pobreza volta a crescer no Brasil. Após uma fase de progresso econômico e social entre os anos 2003 e 2014, desde o ano passado, os brasileiros percebem um movimento inverso. Nos 10 anos de avanço econômico, calcula-se que mais de 29 milhões de pessoas saíram da pobreza e a desigualdade diminuiu de maneira expressiva. Naquele período, o nível de renda dos 40% mais pobres aumentou, em média, 7% em comparação ao crescimento de renda de 4,4% observado na população em geral. Mas a crise econômica está mudando esse cenário. Um recente estudo do Banco Mundial aponta que 3, 6 milhões de pessoas podem entrar na linha de pobreza no Brasil em 2017, somando-se aos atuais 20,9 milhões de pobres, cuja renda familiar não chega a R$ 150 mensais per capita. Em Londrina, segundo a Prefeitura, 19 mil pessoas estão nessa situação. É bastante preocupante observar que as conquistas da população mais humildes estão ameaçadas. Em reportagem publicada hoje, a Folha de Londrina mostra a dificuldade de famílias londrinenses que viram o seu poder de compra cair assustadoramente em 2016. A reportagem visitou o assentamento Nossa Senhora Aparecida, área de invasão na zona norte do município. Os moradores contam que nos últimos dois anos o número de casas improvisadas cresceu de 600 para 800 unidades. Muitos dos novos vizinhos são pessoas que perderam o emprego e não conseguiram mais pagar o aluguel. O Banco Mundial considera abaixo da linha de pobreza as pessoas que vivem com menos de R4 140 por mês. Os cálculos são feitos com base em dados oficiais como inflação, desemprego e Produto Interno Bruto (PIB). A maior parte dos “novos pobres”, como diz a instituição, vive nas áreas urbanas. Aquela, “nova classe média”, que tanto se falava há alguns anos, acabou vítima de uma série de erros na política econômica do País. O Banco Mundial recomenda a ampliação do Bolsa Família para amenizar o impacto da extrema pobreza, problema comum a todos os Estados. A solução é um grande desafio. Por um lado, o poder público não pode mais esperar para realizar as ações e reformas políticas e econômicas necessárias para o País voltar a crescer. Por outro lado, a sociedade precisa entender que todo cidadão precisa fazer parte de ações transformadoras, que ajudem a promover a educação, a saúde e a redução da desigualdade social. (OPINIÃO, página 2, segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário