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domingo, 19 de fevereiro de 2017

'ONDA DE CALOR' REDUZ COBERTURA DE GELO NO ÁRTICO


   Genebra – Suíça – A cobertura de gelo do Ártico registra seu menor tamanho para os meses de inverno, em um sinal de que o período mais frio do ano no Hemisfério Norte não tem sido suficiente para permitir que o continente recupere sua camada de gelo. Os dados foram publicados nesta sexta-feira (17) pela Organização Meteorológica Mundial, um braço da Organização das Nações Unidas (ONU), e em um momento em que diplomatas e cientistas temem que o Acordo de Paris seja minado por uma revisão dos Estados Unidos em relação aos seus compromissos de emissões de CO2. 
   Em 2016, a entidade já havia alertado que o ano havia sido o mais quente da história. Mas dados sobre janeiro de 2017 e o início de fevereiro revelam que a cobertura de gelo do Polo Norte não conseguiu se recuperar, nem durante o inverno. "O “Ártico está vivenciando um calor excepcional “, indicou o organismo. 
   Os dados, coletados pela agência espacial norte-americana (Nasa), apontam que, em média, a temperatura do mês de janeiro no planeta foi a terceira mais elevada para essa época do ano, superada apenas por Janeiro de 2016 e Janeiro de 2007. Em média, as temperaturas ficaram 0,88ºC acima da média do século XX. “As altas temperaturas persistem na primeira parte de fevereiro” constata o organismo da ONU. 
   Segundo os cientistas, a elevação ocorre no mesmo momento em que as concentrações de CO2 atingem novos recordes, mesmo depois de anos de políticas ambientais para reduzir as emissões. 
   De acordo com os dados, o Ártico registrou apenas em 2017 três “ondas de calor” . Em uma delas, os termômetros subiram para quase zero grau, uma anomalia no Polo Norte durante o inverno. No arquipélago de Svalbard, no norte da Noruega. Os termômetros registraram 4,1ºC no dia 7 de fevereiro. No posto de observação mais ao norte do mudo, em Kap Jessup (Groenlândia) as temperaturas passaram de 22ºC para 2ºC em apenas doze horas entre os dias 8 e 10 de fevereiro. 
   “Essas temperaturas são muito alarmantes”, disse David Carlson, diretor de pesquisas da entidade mundial. “A taxa de mudanças no Ártico está empurrando as ciências climáticas para seus limites”, admitiu. (JAMIL CHADE – AGÊNCIA ESTADO, página 10, FOLHA GERAL, coluna MUNDO, 18 e 19 de fevereiro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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