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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

PASSANDO O BRASIL A LIMPO


   Duas notícias chamaram a atenção de todo o País nessa segunda-feira (30). A homologação das delações premiadas dos 77 executivos e ex-funcionários da Odebrecht pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, e a prisão do ex-bilionário Eike Batista, 60 anos, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. 
   A decisão da presidente do STF acaba com os boatos sobre a suposta lentidão na tramitação da Lava Jato provocados após a morte do ministro Teori Zavascki, no último dia 19. Carmém Lúcia mostra que o STF dará o tratamento necessário que o caso exige, pois a Operação Lava Jato apura o maior escândalo de corrupção jamais visto no País. E pelo que se antevê, qualquer que seja o sucessor de Teori na relatoria da Lava Jata no STF, ele terá um comportamento condizente com que espera a sociedade brasileira de um membro da mais alta corte de Justiça do País. Embora continue o sigilo do processo e o conteúdo dos depoimentos ainda não seja público, as delações-bombas são temidas por centenas de políticos – inclusive no governo Michel Temer – que são citados nos depoimentos de antigos e atuais executivos da Odebrecht. 
   Quanto a Eike Batista, a sua prisão volta a mostrar que o Brasil parece viver sob nova égide na qual políticos e empresários corruptos que, costumava esnobar de “seus feitos”, não escapam mais impunes da Justiça. Depois de ser considerado em 2012 o homem mais rico do Brasil e o sétimo do mundo pela revista Forbes, com uma fortuna de 30 bilhões de dólares. Eike poderá revelar um pouco mais do mundo obscuro que envolve as licitações e os governos. E, já consciente de sua importância, ainda em Nova York elogiou a força-tarefa da Lava Jato afirmando que ela “está passando o Brasil a limpo”. E a nova estampa do ex-multimilionário no presídio Bangu 9, de cabelo raspado e roupa de presidiário, dá esperança de que finalmente o artigo 5º da Constituição Federal seja realidade de fato e a que lei não puna apenas os mais fracos social e economicamente. (OPINIÃO, página 2, terça-feira, 31 de janeiro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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