Páginas

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

MUDANÇAS NECESSÁRIAS

   O governo federal apresentou ontem um novo desenho para o ensino médio, com a proposta de flexibilizar o currículo e torná-lo em período integral, aumentando gradativamente a carga horária. A Medida Provisória (MP) que será encaminhada ao Congresso Nacional envolve a maior alteração já feita na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) desde 1996. A expectativa do Ministério da Educação é que as mudanças cheguem às escolas a partir de 2018, mas dependerá muito das redes estaduais de ensino. Atualmente, todos os alunos do ensino médio devem cursar 13 disciplinas em três anos. Coma nova MP, somente parte da grade – o primeiro ano do ensino médio – será comum a todos. Para o restante, haverá opção de aprofundamento em cinco áreas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico. Caberá ao aluno a escolha da linha na qual deseja se aprofundar. Mas vale ressaltar que o ensino da língua portuguesa e da matemática deverá ser obrigatório nos três anos. Por outro lado, artes e educação física serão cobradas apenas na educação infantil e no ensino fundamental. Segundo o Ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), o governo federal deverá investir R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão em dois anos no projeto de fomento ao ensino integral no ensino médio. A proposta é votar a medida na Câmara e no Senado até o mês de Dezembro. A reforma chega no momento em que a qualidade do ensino médio é bastante questionada, com baixíssimo desempenho em avaliações como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e com altos índices de evasão. Durante a sua apresentação do projeto. Mendonça Filho afirmou que os jovens apresentam hoje desempenho de português e matemática menos do que em 1997. O ensino integral já é um grande avanço porque certamente contribuirá para aumentar o desempenho do estudante, ao mesmo tempo em que tira os adolescentes das ruas. Mas as mudanças no conteúdo também parecem positivas porque a flexibilização das disciplinas aproxima as escolas brasileiras da realidade mundial. Muitos países já abandonaram o modelo unificado, como o utilizado por aqui, entendo a importância de respeitar as diferentes vocações, habilidades e talentos. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira. 23 de setembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário