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terça-feira, 20 de setembro de 2016

CRIANÇAS VÍTIMAS DO TRÂNSITO


   O trânsito é a principal causa de morte acidental de crianças e adolescentes no Brasil. Na Semana Nacional de Trânsito é importante que autoridades, médicos, educadores, pais e familiares aproveitem a data para pensar em estratégias para reduzir as taxas de violências no trânsito. Segundo uma pesquisa feita pela ONG Criança Segura, o Paraná é o quarto Estado com mais mortes de crianças causadas por acidentes de trânsito. De acordo com dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde , em 2014 foram registradas 106 morte com vítimas entre 0 e 14 anos nas via urbanas e rodovias paranaenses. O número, igual ao do Rio de Janeiro, só é menor do que o de São Paulo (231), Minas Gerais (160) e Bahia (117). No mesmo período foram registrados 714 acidentes com crianças no Estado. Ainda com base nos dados da ONG, é possível perceber que os acidentes nesta faixa etária aumentaram 41,6% entre 2008 2014, mas por outro lado, se tornaram menos letais. Em 2008, o Estado contabilizou 175 mortes contra as 106 de 2014. Em sete anos, a redução de mortes de crianças no trânsito foi de 39,4%. Ao se analisar o intervalo de dez anos, a redução foi ainda maior, de 50%. Em todo o País, 1.654 crianças perderam a vida a bordo de veículos motorizados em 2014. Desse total, 34% eram passageiros de veículos, 29% eram pedestres, 11% estavam em motocicletas, 6% eram ciclistas e 20% dos casos entraram na categoria “outros”. A diminuição no número de vítimas fatais pode ser interpretada por uma importante intervenção na legislação que, em 2010, tornou obrigatório o uso de cadeirinhas nos veículos. Mas como a estatística continua em alta, é preciso agir, pensando em campanhas e estratégias para diminuir os acidentes. Um das propostas de especialistas é mudar de sete para 11 anos a idade a idade mínima para transitar como passageiro em motocicletas. É preciso levar em conta que as crianças são um dos grupos mais vulneráveis, pois seus corpos são mais frágeis e elas ainda não sabem reconhecer o perigo e nem avaliar corretamente a distância e velocidade de um veículo em movimento. Buscar inspiração em países desenvolvidos e considerados modelos em segurança é uma medida interessante. Nesses locais, por exemplo, a educação para o trânsito começo desde muito cedo e os adultos têm consciência de que são modelos de comportamento. Mudar essa realidade é uma obrigação do Estado e também da sociedade. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 20 de setembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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