Páginas

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A HORA DAS REFORMAS


   Nove meses depois da Câmara dos Deputados   ter iniciado o processo de impeachment, Dilma Rousseff foi afastada definitivamente, ontem, do cargo de presidente da República. O último dia do julgamento no Senado não teve os intensos debates que marcaram as outras cinco sessões. Não foi surpresa a decisão dos senadores e nem o placar: 61 votos a favor do impeachment e 20 votos contrários. A polêmica ficou por conta da segunda votação que determinou que a ex-presidente poderá exercer cargos públicos. A questão agora é se a petista poderá ou não disputar eleições, o que deve se tornar alvo de discussão judicial. Casa ela decida se candidatar. Mas essa é outra discussão. O fato é que o impeachment de Dilma significa uma mudança de governo, assim como marca o fim da era PT após 13 anos no poder. Na última década, o brasileiro viu a economia do País ganhar impulso e milhões de pessoas chegaram à classe média. Mas também assistiu o retrocesso. A frágil lembrança de Dilma e a pouca flexibilidade política da ex-presidente falaram tão alto quanto a crise econômica. O maior país da América latina agora quer romper também com a inflação, o desemprego e a estagnação. Mas é preciso ter consciência de que a retomada do crescimento vai depender da rapidez com que o presidente Michel Temer conquistar a confiança da população e dos investidores e da rapidez de sua articulação política. A aprovação das reformas políticas e econômicas serão os primeiros grandes e importantes momentos do peemedebista. Aprovar a proposta de emenda constitucional que determina um teto para os gastos públicos é a primeira medida. Para arrumar as contas públicas e promover a reforma da Previdência Social, será preciso jogo de cintura por parte do peemedebista e de seus líderes. As mudanças nas aposentadorias são necessárias porque elas consomem grande parte das receitas do governo. Todos sabem que o debate sobre a Previdência não será simples e as discussões tomarão muito tempo e energia. Por isso, é melhor que a matéria chegue logo ao Congresso. O empurrão que o Brasil precisa virá com a aprovação dessas reformas e com a enorme capacidade do povo brasileiro em acreditar que é possível mudar o País com trabalho e honestidade. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quinta-feira, 1 de setembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário