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terça-feira, 30 de agosto de 2016

O GÊNERO DOS SUBSTANTIVOS


   Substantivos são aquelas palavras que dão nome às coisas, reais ou imaginárias. Já tratamos, em uma coluna anterior, de sua classificação (concretos ou abstratos, simples ou compostos, etc.). Hoje, vamos abordar uma de suas flexões: a de gênero, que diz respeito a masculino e feminino.
   Inicialmente, é importante notar que esse conceito não tem nada a ver com sexo masculino ou feminino, assunto tratado pela biologia e que tem a ver, basicamente, com a forma como os seres vivos se reproduzem. Com relação às palavras de nossa língua, só podemos falar sobre gênero masculino e feminino. 
   Em Português, os substantivos masculinos são aqueles que podem vir precedidos dos artigos O, OS, UM ou UNS (o menino, os professores, um problema, uns amigos), enquanto que os femininos admitem os artigos A, AS, UMA ou UMAS (a casa, as senhoras, uma flor, umas revistas). Seres inanimados, como objetos e sentimentos, por exemplo, têm o nome pertencente a um único gênero, sem variação. Já os termos que se referem a seres vivos costumam apresentar a variação, que pode acontecer de duas maneiras principais: 
   SUBSTANTIVOS BIFORMES
   São aqueles que possuem duas formas para indicar o gênero, uma masculina e outra feminina. Essa flexão pode ocorrer através de pequenas modificações na palavra, como a mudança de O para A (menino e menina) ou o acréscimo de uma letra (professor e professora). Em outros casos, a modificação pode ser um pouco maior (príncipe e princesa), ou até resultar em palavras completamente diferentes (homem e mulher). 
   Perceba que não há uma “fórmula mágica” , ou seja, não há uma única regra para que se faça essa variação. E mesmo as regras existentes apresentam, geralmente, uma série de exceções. Na dúvida, é sempre bom recorrer a um dicionário para sanar as dúvidas. 
   SUBSTANTIVOS UNIFORMES
  Apresentam uma única forma para o masculino e para o feminino. Podem ser divididos em três tipos básicos: 
Os epicenos nomeiam principalmente animais e plantas, sendo acompanhados das palavras “macho” e “fêmea”, a fim de diferenciar o sexos desses seres. Note que o gênero do substantivo não muda, apenas o sexo é especificado, como em “o tubarão macho” e “o tubarão fêmea”, ou “a baleia macho” e “a baleia fêmea”.
   Já o comum de dois gêneros têm seu gênero especificado através de determinantes como artigos (o dentista, a dentista), pronomes (aquele estudante, aquela estudante) ou adjetivos (simpático, cliente, simpática cliente). Na ausência desses determinantes, é impossível determinar se nos referimos a um homem ou a uma mulher.
   Finalmente, os substantivos sobrecomuns são aqueles que possuem um único gênero, independentemente de se referirem a uma pessoa do sexo masculino ou feminino (a criança, a testemunha, o indivíduo). Nesse caso só o contexto poderá determinar a quem se refere o termo. 
   Vale a pena notar que há alguns substantivos que podem se comportar como biformes ou uniformes. Um exemplo disso é o polêmico feminino de “presidente”, do qual já tratamos aqui mais de uma vez. Embora seja mais comum que o termo seja tratado como comum de dois ( o presidente e a presidente), todos os dicionários e vocabulários admitem a forma terminada em A (presidenta), também correta. Nesse caso, a opção por uma ou outra forma é exclusiva do falante.
   Ficou com algumas dúvida? É só mandar por e-mail. 
Até a próxima terça¹
(FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL. 
* Encaminhe as suas dúvidas e sugestões para bemdito14@gmail.com página 5, caderno FOLHA 2, coluna BEM DITO, terça-feira, 30 de agosto de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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