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terça-feira, 9 de agosto de 2016

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ATINGE SÓ 11% DOS JOVENS

Mayara Vieira Moraes fez os cursos de automoção industrial e eletrecista industrial no Senai e trabalha na área em multinacional de elevadores 
   Na Europa, em média 50% das pessoas na faixa etária entre 15 e 17 anos fizeram cursos profissionalizantes

   Somente 11% dos jovens brasileiros entre 15 e 17 anos têm formação em educação profissional. Nos países ricos, essa porcentagem é, em média, de 50%. A informação é do diretor do Sesi/Senai – Departamento Nacional, Rafael Lucchesi. Ele fez palestra na Conferência Internacional de Educação Profissional, que está sendo realizada em Curitiba até o dia 12. Segundo o diretor, a grade curricular da educação básica precisa ser reformulada para também priorizar o estudo voltado ao mercado de trabalho.
   Na opinião de Lucchesi, é preciso “pensar” o ensino médio como um período de transição para os jovens. Parte deles vai seguir para a universidade e outra parte para mercado de trabalho com a educação profissional. Esse modelo, de acordo com ele, é adotado em países como Alemanha, Áustria, Suíça e, de forma adaptada, na Ásia, como é o caso da Coreia do Sul e Cingapura, que são países com competitividade industrial avançada. 
   Coordenador de educação no Senai em Londrina, Marcelo Striker defende que é importante os jovens passarem pela educação profissional antes de decidirem se querem ir para uma instituição de nível superior. “Na educação profissional, o jovem tem uma base teórica e prática. Ele consegue assimilar os conteúdos e saber se é aquilo mesmo que vai querer em termos de profissão”, afirma. 
   Não necessariamente o jovem irá para a universidade, mas é comum que isso ocorra. “Muitos que fizeram curso técnico em biotecnologia hoje estão fazendo cursos superiores rel
acionados a esta área. Outro fizeram eletromecânica e hoje estão fazendo engenharias”, declara. A empregabilidade média dos 14 cursos oferecidos pelo Senai em Londrina, segundo ele, é de 85%. “Fazer um curso profissionalizante é a forma mais rápida de entrar num mercado de trabalho. A pessoa que tem um curso profissional vai ter uma remuneração melhor”, ressalta. 
  

Tancredo Piltz está cursando panificação e confeitaria visando trocar de área profissional
   A história de Tancredo Piltz é diferente. Primeiro ele fez curso superior. É bacharel em Direito. Agora, aos 30 anos resolveu fazer uma mudança radical na vida. Matriculou-se no curso de Panificação e Confeitaria. “Trabalhar com comida sempre foi um sonho. A ideia inicial era fazer gastronomia, mas esse curso dá pouco espaço para a panificação, que é minha preferência”, justifica. 
   Mesmo ainda não tendo concluído o curso do Senai, o jovem já recebeu uma proposta de emprego. “Fui indicado pelo professor para uma empresa que produz pães fatiados”, conta. Ele fez a entrevista, mas ainda não decidiu se assumirá a vaga. “Não sei se vou conseguir sair do meu emprego atual assim de uma hora para outra”, alega. (NELSON BORTOLIN – Reportagem Local, FOLHA ECONOMIA, segunda-feira, 8 de agosto de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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