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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

CRIMES CONTRA A NATUREZA


   Depois de percorrer municípios do Centro-sul do Paraná, mostrando focos de desmatamento da Mata Atlântica, a reportagem da Folha de Londrina mostra o corte ilegal de árvores no norte do Estado. Enquanto no Centro-Sul ainda resistem as principais áreas de florestas de araucária do Estado, na região Norte está uma das menores coberturas vegetais do Paraná, com cerca de 500 mil hectares de áreas remanescentes de Mata Atlântica. O cenário encontrado pela equipe de jornalismo é desolador. Em muitas propriedades, nem as matas ciliares são poupadas, colocando em risco todo o ecossistema. E o pouco que sobrou da mata nativa é alvo constante de desmatamento ilegal. Grandes clareiras destoam da paisagem verde e plantações de trigo e outras culturas ocupam o local da mata nativa. Moradores dos municípios de Ortigueira e Santa Cecília do Pavão reclamam  que o problema já foi denunciado às autoridades ambientais, mas dizem que não houve autuações. Eles suspeitam de interferência política para acobertar o crime contra a natureza. Em Arapongas, a reportagem da FOLHA aponta outro problema. Uma enorme erosão ameaça a nascente do Córrego Tabapuã, no Parque das Nações, situação que dura vários anos e chegou a destruir boa parte da mata no interior do parque. O buraco com cerca de dez metros aumenta a cada chuva forte. Embora a prefeitura reconheça que a questão é séria, não há projetos para consertar o estrago. O desmatamento interfere diretamente nas mudanças climáticas e, portanto, sociedade civil e poder público precisam ter a consciência de que a derrubada de árvores e o descaso com o meio ambiente causam problemas que refletem na economia e na qualidade de vida da população. É preciso agir rápido. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 5 de agosto de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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