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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A CRISE CHEGOU


   Depois de três anos fechando as contas com superávit, a Prefeitura de Londrina pode terminar 2016 com um deficit importante. A projeção é que vão faltar R$ 74 milhões para fechar o caixa e o prefeito Alexandre Kireeff precisa correr para não terminar o mandato no vermelho. Nos primeiros anos de sua administração, Kireeff conseguiu fechar as contas no positivo. O caixa da prefeitura foi beneficiado pela entrada de recursos circunstanciais, além do que havia sido estimado no orçamento. De 2012 para 2013 foi registrada sobra de R$ 39 milhões do Programa de Regularização Fiscal (Profis) realizado na gestão interina do ex-prefeito Gerson Araújo. No ano seguinte, havia reserva de R$ 25 milhões para pagamentos de precatórios, mas faltou determinação judicial para repasse aos credores. No final de 2015, o superávit foi de R$ 4 milhões, porque o município fez um novo Profis e também se beneficiou do aumento do IPVA pelo governo estadual (R$ 19 milhões). A venda da folha de pagamento do município para a Caixa Econômica Federal também rendeu R$ 18 milhões. Mas no final de 2015 apareceram os sinais de que o município não terá um ano tão favorável. A promulgação de dois decretos para redução de horas extras e contingenciamento de despesas acendeu o sinal de alerta. Neste ano, mais medidas administrativas foram implantadas para cortas gastos, até mesmo em áreas essenciais, como a Saúde. Um projeto de Lei criando um novo Profis já está em curso na Câmara Municipal e esse projeto prevê novas medidas de corte de despesas, como a revisão de todos os contratos e limitação de empenhos, além de uma nova rodada de protesto de grandes devedores. Muitos municípios já estavam em difícil situação financeira antes mesmo do acirramento da crise em 2014. A situação é difícil independentemente do tamanho. Os repasses dos governos federais e estaduais estão caindo e a crise também faz desabar a arrecadação dos impostos municipais. Por outro lado, uma das maiores despesas, a folha de pagamento dos servidores, continua grande. A crise é nacional, mas não se pode culpar apenas a situação econômica do País como responsável pela difícil situação dos municípios. Antecipar os problemas é melhor do que esperar que eles estourem nos piores momentos. Isso inclui a tomada de medidas impopulares.(FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira. 15 de agosto de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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