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domingo, 31 de julho de 2016

TENDÊNCIA DE SOLIDARIEDADE


   O brasileiro está cada vez mais consciente de que a união realmente faz diferença para mudar o País e a vida das pessoas. As ações voluntárias, que sempre foram tão comuns em países desenvolvidos (os norte-americanos participam de trabalhos comunitários desde crianças), fazem parte da rotina de muita gente. O que é ótimo para uma nação que há poucas décadas partilha de uma forte filosofia assistencialista. 
   Na edição de hoje, a Folha de Londrina mostra que um novo tipo de colaboração ganha espaço por aqui: os projetos de financiamento coletivo em que a internet tem papel fundamental. Um deles é a proposta para modernizar a Rádio UEL FM e o outro é o projeto criado por um médico para viabilizar um centro de apoio para pacientes com câncer. 
   Uma psicoterapeuta entrevista pelo jornal analisa que à medida em que essa nova tendência de solidariedade se repete no Brasil, as pessoas demonstram um novo comportamento, passando do modelo assimétrico da caridade para adoção do modelo horizontal de solidariedade. E na solidariedade, quem doa também se beneficia. Ela ocorre por identificação e combina mais com o nosso tempo.
   Dar uma esmola para uma criança que vive numa comunidade carente é muito diferente daqueles projetos de apadrinhamento, em que o cidadão doa mensalmente uma quantia para manter essa criança estudando com paz e tranquilidade. Um refugiado não precisa de caridade, mas de solidariedade para recomeçar a vida com dignidade. São ações que não têm relação com posição de poder, mas com justiça. 
   É claro que o voluntariado e os mutirões de ajuda envolvem ações mais localizadas e não substituem os programas de Estado. Mas todos ganham quando a sociedade civil abandona a atitude passiva e se organiza para um objetivo comum. Ao contrário do previsto, o individualismo pode não ser o grande mal contemporâneo. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, domingo 31 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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