As consequências econômicas da suspensão de voo no Paraná, por decisão das companhias aéreas, são mostradas na edição de hoje da Folha de Londrina. A crise econômica e o valor do ICMS cobrado sobre combustíveis no Estado são apontados como os responsáveis por essa grave ameaça a mobilidade aérea nas cidades do interior. A diminuição das linhas causa transtorno a turistas, empresários e profissionais liberais de diversos setores, pois há dificuldades para que esses executivos cumpram compromissos que dependam de rápido deslocamento para os centros maiores.
É evidente que a ação das companhias aéreas reflete a importância econômica que o interior do Paraná representa para a aviação. Basta comparar com Ribeirão Preto, cidade paulista que tem quase a mesma população que Londrina. O detalhe é que por lá, a estrutura logística é mais completa.
Em Londrina, em maio de 2015 havia dez rotas disponíveis, que reduziram para seis trajetos no mesmo mês de 2016. A queda no volume de passageiros transportados também chama atenção: de 85.510 para 62.855 entre embarques e desembarques, o que indica queda de 26% no período.
Em Ribeirão, no ano passado, as companhias operavam 20 rotas na cidade, que perdeu apenas um voo no mesmo período de 2016, apesar do número de passageiros transportados ter reduzido em torno de 20%, de 101.318 para 80.553. Maringá enfrenta problemas semelhantes ao de Londrina, com queda de 13 para seis rotas e redução de 69.044 para 47.573 passageiros, transportados, queda de 31%.
Na tentativa de reverter a situação, várias entidades representativas ligadas a comércio e serviços, se mobilizaram e mostraram um projeto pedindo a redução na alíquota do ICMS sobre o combustível para as aeronaves. A ideia é mostrar ao governo do Estado que baixando a alíquota será possível aumentar as rotas, abastecer mais aeronaves no Paraná e com isso aumentar a arrecadação.
A proposta merece atenção. A falta de um aparelho ILS (sistema de pouso por instrumentos) mais moderno já causa transtornos demais nos dias de chuva forte, com os cancelamentos dos voos. A suspensão das rotas é mais um complicador da rotina de quem precisa viajar. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, domingo, 17 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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