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terça-feira, 26 de julho de 2016

'P´LULA DO CÂNCER' COMEÇA A SER TESTADA HOJE

Na primeira fase, dez pacientes serão avaliados quanto aos efeitos colaterais do medicamento; se eles não forem graves, a pesquisa prosseguirá até chegar a cem pessoas por grupo de tumores

   Selecionados para participar da pesquisa estão em algum estágio da doença cuja abstinência no uso das drogas “regulares” não vai afetar o tratamento

   São Paulo - O governo de São Paulo anunciou na semana passada que começará a testar a fosfoetanolamina sintética, a “pílula do câncer” em pessoas. Os testes começarão hoje e serão conduzidos pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) na capital paulista. 
   Na primeira fase, dez pacientes serão avaliados quanto aos efeitos colaterais – se não forem graves, a pesquisa prosseguirá. Em seguida, os testes serão feitos em 21 pessoas em cada um dos grupos de tumores – cabeça e pescoço, pulmão, mama, cólon e reto, colo uterino, próstata, melanoma, pâncreas, estômago e fígado. Se houver sinais de atividade da substância ao final de alguns meses, as pesquisam continuam e mais pessoas serão acrescentadas, até chegar a cem por grupo.
   Os selecionados ainda não começaram o tratamento ou estão em algum estágio cuja abstinência no uso das drogas “regulares” não vai afetar o tratamento. Eles não podem ter a doença em estágio avançado, e devem ter o sistema imunológico respondendo “razoavelmente bem”.
   “Nós não vamos arriscar a possibilidade de cura”, diz o oncologista e diretor do Icesp, Paulo Hoff. “ Se o paciente tem a opção de cirurgia, quimioterapia definitiva curativa, radioterapia, ele não pode entrar “, afirma. Todo o período de testes deve durar cerca de dois anos. 
   Testes in vitro e em animais encomendados pelo governo federal não apontaram resultados satisfatórios. 
   Segundo Hoff, ainda assim os testes em humanos são necessários. “ No momento em que você tem mais de 20 mil pessoas que fizeram uso do produto [“ fosfo”] e um grande interesse popular acho que é uma obrigação que nós resolvamos de uma vez por todas a questão se a droga é realmente eficiente no tratamento do câncer ou não “, afirmou.
   Hoje há entre 15 mil e 18 mil liminares judiciais ativas de pacientes que tentam obter a droga, que doi desenvolvida pelo professor da USP Gilberto Chierice, atualmente aposentado. Antes de haver conclusão de qualquer teste em humanos, ela começou a ser distribuída pelo professor. (THIAGO AMÂNCIO – Folhapress, FOLHA SAÚDE, segunda-feira, 25 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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