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segunda-feira, 4 de julho de 2016

EDUCAÇÃO URGENTE


   Um estudo realizado pelo grupo canadense Conference Board, feito anualmente com 1,2 mil empresas públicas e privadas de 60 países, apontou que são necessários quatro trabalhadores brasileiros, em média, para atingir a produtividade de um norte-americano. O nosso péssimo desempenho em produtividade tem relação direta com a baixa qualidade do ensino básico e do ensino médio. Há muito tempo desperdiçado em sala de aula e será preciso muito tempo e investimento para atingir o status de “pátria educadora”, slogan da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Para se ter uma ideia do estado vergonhoso em que nos encontramos , basta analisar o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2016, que traça um panorama do setor com dados levantados até junho de 2015. A pesquisa mostra que apenas 28,7% dos alunos de instituições públicas e privadas aprovados no 9º ano do ensino fundamental e 27,2% dos que terminam o 3º ano do ensino médio demonstram proficiência em língua portuguesa adequada ao final de cada ciclo. O cenário piora em matemática. Apenas 16,4% dos estudantes que finalizam o estudo fundamental e 9,3% dos que concluem o ensino médio são proficientes nos conteúdos trabalhados em cada fase. Ou seja, pouquíssimos estudantes dominam o conhecimento das matérias básicas ensinadas nos primeiros 12 anos de ensino. As crianças e jovens brasileiros estão apenas passando de ano. A aprendizagem de conteúdo é questionável e o nosso modelo arcaico de ensino não funciona mais para a formação de um adulto que vive em um mundo globalizado. A solução não virá de uma hora para outra. Espera-se que as ações previstas pelo Plano Nacional de Educação (PNE), do Ministério da Educação (MEC), para serem executadas durante dez anos (2014 a 2024), realmente aconteçam. Organizações não governamentais também estão ajudando nesse processo. E uma das metas do movimento é que  em 2022 pelo menos 70% dos estudantes estejam aprendendo de fato o que é considerado adequado para aquele ano escolar e, consequentemente, ao concluírem o ensino médio, detenham proficiência em língua portuguesa e matemática. É evidente que a educação deficiente não é a única causa da baixa produtividade do trabalhador brasileiro, um tema que requer amplo debate. Mas, certamente, o desempenho escolar tem grande influência. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira. 4 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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