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terça-feira, 19 de julho de 2016

A CRISE E O MEDO DO DESEMPREGO


   O medo do desemprego cresce entre os brasileiros e bate recorde. Fo o que mostrou um estudo realizado Pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgado ontem. O Índice do Medo do Desemprego, que atingiu 108,5 pontos no mês de junho é o maior volume da série histórica, iniciada em março de 1999. Foi justamente em maio daquele ano, durante a crise de desvalorização do real, que o brasileiro se mostrou tão preocupado com a possibilidade de perder o emprego. Em Junho de 2016, o índice subiu de 1,9% ante a última medição, em março, e 4,2% em comparação com junho de 2015. A CNI realiza o estudo trimestralmente e nessa etapa foram ouvidas 2002 pessoas entre 24 e 27 de junho, em 141 municípios. O levantamento da entidade apurou ainda o índice de satisfação com a vida dos entrevistados. O valor ficou em 93,1 pontos em junho, subindo em relação a março, quando havida descido para 92,4 pontos, resultado também mais baixo desde 1999. Em comparação com junho de 2105, a satisfação caiu 2,6%. Realização profissional e satisfação pessoal caminham em paralelo e o aumento do quadro de desemprego acaba sendo o lado mai dramático da crise econômica do País. É óbvio que a recessão se reflete na piora da qualidade de vida das famílias brasileiras, que precisam cortar gastos para se adaptar a um modo de vida mais enxuto. É aí que se faz a triste ironia. O medo de perder o emprego e a queda na confiança do consumidor acabam contribuindo para que a economia tenha mais dificuldade para se recuperar. Quem tem medo costuma se fechar, deixar de comprar e guardar dinheiro para o caso de precisar enfrentar tempos difíceis. Menos consumo pode significar também menos contratações nesse modelo econômico que tem como ênfase o consumo das famílias. E assim a crise vai se realimentando. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 19 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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