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domingo, 26 de junho de 2016

VOLTA À POBREZA: UMA REALIDADE CRUEL


   O crescimento dos índices de desemprego e a queda no rendimento dos brasileiros apresentam uma consequência cruel. Milhões de pessoas correm o risco de voltar à pobreza. São aquelas que experimentaram viver na chamada “nova classe média” e agora se veem na iminência de engrossar as estatísticas das classes D e E. Reportagem, hoje, da Folha de Londrina, mostra que a recessão e a falta de mecanismos de proteção social estão sendo uma realidade dura principalmente para as famílias numerosas. 
   Segundo o relatório regional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgou este mês, pelo menos dez milhões de brasileiros correm risco de perder a condição de superação da miséria. O estudo foi realizado por pesquisadores da Organização das Nações Unidas (ONU) e analisou pesquisas por amostras de domicílio de 18 países latino-americanos, entre 1993 e 2013, para avaliar os critérios que indicam o desenvolvimento humano. 
   O relatório identificou que, no continente, 72 milhões de pessoas saíram da pobreza no período e outras 94 milhões ingressaram na classe média. No Brasil, em 1993, 64% da população era considerada pobre, classificação que 20 anos depois, dizia respeito a menos de 20% das famílias. 
   Mas a crise política e econômica que atingiu o País está mudando novamente o cenário. O desemprego, a baixa escolaridade e a inflação não são as únicas dificuldades. A pouca oferta de vagas em creches é outro agravante. Garantir escolas próximas das casas de alunos e adolescentes nessas condições também ajudaria a minimizar o drama. 
   Pais e mães entrevistados pela reportagem da FOLHA mostram como a recessão adiou, de forma cruel, os sonhos de milhares de brasileiros. O problema é que não há, a curto prazo, perspectivas de melhoria desse quadro. Como resultado, estamos assistindo a volta do crescimento da desigualdade social. 
   Diante disso, é necessário que os governos municipais, estadual e federal deem atenção para as pessoas que estão sem emprego, se preocupem em oferecer proteção realmente eficientes às crianças e idosos e estudem seriamente sistemas de proteção social para as famílias mais pobres, ajudando-as também na educação e na qualificação profissional. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, domingo, 26 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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