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quinta-feira, 9 de junho de 2016

A TERRA, UMA PÁTRIA COMUM



   Enquanto homem precisar de passaporte e de visto de entrada para viajar entre os países, é sinal de que a humanidade vai mal. O argumento é de que esses requisitos são necessários, para controlar o ingresso dos estrangeiros e seu tempo de permanência. Se esses espécimes alienígenas são estranhos quanto à nacionalidade, são semelhantes em tudo aos residentes de cada país, com pequeníssimas diferenças pontuais. Porque todos têm as mesmas emoções, as mesmas virtudes e defeitos, as mesmas dores e alegrias, os mesmos anseios, os mesmos problemas de saúde, a mesma sede e a mesma fome. Dirão que muitos podem ser terroristas ou que chegam para tomar vagas de empregos, ou porque o volume populacional já é grande e não comporta mais gente. Ora, este minúsculo planeta, de baixa expressão quanto à sua dimensão no confronto com a vasta imensidão cósmica, é uma pátria comum. Visto do alto pelos astronautas , revelou-se uma pequena bola quase imperceptível bailando no espaço. No entanto, demarcada pelos homens com certas divisórias representadas pelos limites das fronteiras. Mas as nações são generosas quando necessitam de povoamento e de braços de trabalho vindo de fora. Aconteceu no Brasil de outrora, nos Estados Unidos, na Europa. A Alemanha agora abre os portões aos refugiados, de um lado por gesto humanitário e de outro por necessidade de trabalhadores, porque a população envelhece e muitos casais jovens, em toda a Europa, não querem filhos. 
   Inútil impor barreiras, porque dia chegará em que isto se tornará incontrolável, porque – pelo inchaço populacional dos países pobres e escassos de recursos – grandes levas migração para os lugares de mais oportunidades e mais espaço neste pequeno orbe. Quanto à humanidade alcançar a plenitude da sabedoria e a expansão da solidariedade nesta morada de coirmãos , essas leis reguladoras e todas as demais se tornarão letra morta nas páginas quebradiças dos códigos. Porque o homem evoluído não precisará de normas escritas ou faladas. Ele as trará gravadas em sua consciência. (WALMOR MACCARINI – jornalista em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, quinta-feira, 9 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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