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sexta-feira, 20 de maio de 2016

TRÂNSITO LETAL


   Estatística da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o número de mortes no trânsito continua alarmante. Projeções indicam que a quantidade de óbitos nas estradas pode chegar a 1 milhão de vítimas fatais por ano até 2030 em todo o mundo. O Brasil também apresenta uma situação preocupante: foi apurada uma taxa de 23,4 mortes por cada 100 mil habitantes. O desempenho é o quarto pior do continente americano atrás de Venezuela, República Dominica e Belize, respectivamente. 
   Segundo a OMS a projeção mundial de vítimas fatais de acidentes tem um peso maior nos países de baixa e média renda, grupo no qual está o Brasil. Mais de 90% de mortes no trânsito ocorrem nesses países que detém 82% da população mundial, mas apenas 54% de veículos registrados. Esse tipo de acidente é a nona maior causa de morte no mundo para a fixa etária entre 15 e 69 anos. Para a organização, regulamentação fraca, qualidade inadequada das vias e dos veículos e aumento do número de carros são os principais fatores para esse tipo de ocorrência. 
   De fato, são os principais problemas apresentados no Brasil. Apesar de as estatísticas apontarem para a redução da quantidade de vítimas fatais principalmente em feriados prolongados, como divulgado recentemente, é de conhecimento que a qualidade da maioria das estradas deixa a desejar, além da baixa fiscalização – o que estimula o desrespeito às leis de trânsito. Também é fato que ao mesmo tempo que o governo federal incentivou a compra de veículos novos, não foram feitos investimentos significativos na infraestrutura , tanto nas cidades quanto em rodovias. 
   Além disso, no Brasil não há estímulo à cultura do transporte coletivo – e a baixa qualidade do serviço prestado colabora para isso. Portanto, além de investimentos, a redução do número de mortes depende também de uma mudança de comportamento e toda a sociedade. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 20 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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