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quinta-feira, 5 de maio de 2016

MOBILIDADE URBANA


   Conceito de mobilidade urbana garante que a cidade é das pessoas e não dos carros. Difícil, no entanto, mudar essa cultura se, recentemente, houve tantos incentivos financeiros à compra de automóveis. Considerado um sonho de consumo para muitas gerações de brasileiros, aliado à má qualidade do transporte público na maioria das cidades, o que se viu no Brasil nos últimos anos foi um crescimento exponencial da frota de veículos.
   Só no Paraná a quantidade de veículos aumentou 68% nos últimos oito anos, passando de 3,9 milhões de unidades para 6,6 milhões , segundo dados do Departamento de Trânsito do Paraná. Para efeitos de comparação, a população do Estado cresceu apenas 8,5% e atingiu 11,1 milhões de habitantes, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Com números tão expressivos, era de se esperar investimentos em infraestrutura urbana e rodoviária. No entanto, pouco (ou quase nada) foi feito.
   Tanto que a matéria de hoje desta FOLHA relata exemplos de vários municípios que, agora, têm que arcar com o aumento do trânsito. As ruas não estão preparadas para receber todos esses veículos. Em um cenário de crise econômica e de queda na arrecadação há pouca “folga” para investimentos em obras desse tipo. Outra questão é de ordem cultural. Se não foi feito nenhum trabalho de conscientização, dificilmente as pessoas abandonarão os carros.
   E, aí, deve entrar o poder público. Se a indústria automobilística foi usada no passado pelo governo para enfrentar a crise econômica mundial e “blindar” o País de seus efeitos, agora é preciso também investir em outras frentes. Um dos primeiros pontos a serem discutidos e que já tem sido implantado em vários municípios é privilegiar o transporte coletivo em detrimento do individual. As pessoas têm que ser incentivadas a mudar sua forma de locomoção, a investir em alternativas. 
   Também é fato que é preciso melhorar a qualidade do transporte coletivo – principal motivo de insatisfação dos usuários. Além disso, as ciclovias devem ser melhor planejadas. Deve-se trabalhar um novo conceito de mobilidade urbana porque os atuais mostram-se defasados. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quinta-feira, 5 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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