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sábado, 21 de maio de 2016

EQUILIBRAR AS CONTAS PÚBLICAS É O GRANDE DESAFIO


   A recessão econômica derrubou a arrecadação federal, que teve o seu pior desempenho em seis anos. Os tributos federais recolhidos entre janeiro e abril de 2016 somaram R$ 427,9 bilhões, menor valor desde 2010, já atualizando a inflação. Em relação ao ano passado, houve queda real de 7,91%. A arrecadação vem caindo mês a mês, segundo a Receita Federal. Em Abril, quando R$ 110,895 entraram para os cofres do governo federal, a queda foi de 7,10%. Em março, as receitas já haviam recuado 6,96% em comparação com março do ano passado. A presidente afastada Dilma Rousseff já sabia e o interino Michel Temer tem consciência de que a queda na arrecadação é, hoje, uma das principais dificuldades que o governo tem para equilibrar as contas públicas. A administração do PT trabalhava com um deficit (diferença de receitas e despesas) de R$ 97 bilhões e o atual governo projeta deficit de R$ 180 bilhões para 2016. São muitos os fatores que contribuíram para essa situação. Com o aumento do desemprego, a arrecadação da previdência caiu R$ 7,2 bilhões por ano. Há perdas importantes com o Imposto de Renda das empresas e com o PIS/Confins. No Paraná, o acumulado de arrecadação de janeiro a abril foi de R$ 21,1 bilhões em valores atualizados pelo IPCA, com um decréscimo de 6,16%, em comparação com igual período de 2015. Nos quatro primeiros meses do ano passado, R$ 22,5 bilhões chegaram aos cofres públicos. No mês de abril, a arrecadação estadual atingiu os R$ 5,8 bilhões, com queda de 5,07% em relação ao mesmo período do ano passado. Analistas econômicos apontam que o baixo desempenho da indústria brasileira teve o maior peso nesses resultados, lembrando que as quedas nas vendas de bens e serviços contribuíram bastante. Reequilibrar as contas públicas é fator importantíssimo para a retomada da confiança na economia brasileira, tanto por parte de investidores quanto de consumidores. O desafio é chegar a esse ajuste, principalmente no quesito cortes de gastos. Com a redução no número de ministérios, Temer tenta mostrar que está disposto a cortar na própria carne. Mas há dúvidas ainda quanto ao impacto financeiro dessas medidas. Uma pasta que consome grande quantidade de dinheiro, a Previdência, por exemplo, exigirá uma reforma complexa e polêmica. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sábado, 21 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

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