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sexta-feira, 13 de maio de 2016

COMEÇAM OS 180 DIAS DE TEMER


   Às 11h30 de ontem começou a valer o cronômetro para Michel Temer (PMDB), que tomou posse interinamente como presidente do Brasil, enquanto durar o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). O prazo máximo de tramitação de procedimento no Senado é 180 dias, quando será realizada a votação definitiva do impedimento. Seis meses é o tempo que Michel Temer tem para convencer os brasileiros que não foi à toa que eles saíram às ruas para exigir mudanças. É um prazo curto para conseguir reformas estruturais no Congresso, mas é suficiente para mostrar se o peemedebista será capaz de realizar um governo de coalizão e tomar medidas que levem a uma recuperação da confiança do mercado econômico. Serão muitos desafios pela frente e é preciso agir com rapidez, caso contrário, o governo Temer poderá se ver na mesma paralisia da administração Dilma. Em seu discurso de posse, logo após a nomeação dos novos ministros, Temer falou em um governo de “salvação nacional”. Ele anunciou o corte de ministérios e a redução de cargos comissionados, medidas já esperadas para uma administração que chega batendo forte na tecla da redução dos gastos públicos. Mas são medidas até certo ponto tímidas, levando em conta que a sociedade espera grandes resultados, como a redução da taxa de desemprego, a queda o índice de inflação, a retomada do crescimento e o combate eficiente à corrupção sistêmica instalada na máquina pública. Como a FOLHA havia adiantado na edição de ontem, Temer defendeu, em seu primeiro pronunciamento, a pacificação e a unidade do País, que hoje está reconhecidamente dividido. O presidente interino aproveitou que as atenção nacionais e internacionais estavam voltadas para ele, nesta quinta-feira histórica, para passar vários recados: que vai se empenhar na reforma do pacto federativo, apoiará iniciativas de Parcerias Público-Privadas (PPP)e garantirá a continuidade de programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Frisou ainda que vai proteger a Lava Jato de qualquer iniciativa de enfraquecimento. A Lava Jato se tornou um patrimônio nacional e garantir que as investigações continuem de forma independente é anseio da sociedade, que está evidentemente disposta a dar um voto de confiança ao presidente interino e sua equipe ministerial. Mas é uma confiança bastante atrelada à disposição desse governo em trabalhar muito e seriamente pela retomada do crescimento do País. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 13 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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