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sexta-feira, 29 de abril de 2016

POLÊMICA E RECUO

   Depois da polêmica e forte reação dos consumidores, o Ministério das Comunicações voltou atrás e, ontem, cancelou o termo público que seria assinado com as operadoras de telefonia. No documento, as empresas se comprometeriam a oferecer pacotes de dados limitados e ilimitados. Na última sexta-feira, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) havia proibido temporariamente as companhias de bloquearem as conexões ou reduzirem a velocidade quando o usuário atinge a limite de sua franquia de dados. 
   O anúncio de que as operadoras poderiam limitar o tráfego de dados dos usuários, assim como já ocorreu na telefonia celular, gerou mal-estar no próprio governo. O momento atual é delicado para a atual administração, que enfrenta processo de impeachment no Senado. A avaliação é que a presidente Dilma Rousseff (PT), que amarga uma das piores avaliações já registradas, poderia ter uma imagem ainda mais arranhada entre a população. O impacto foi tão negativo que a solução foi voltar atrás,
   No entanto, a população precisa ficar vigilante. Como as operadoras já demostraram fortemente que pretendem reduzir os planos há grandes chances de o assunto voltar a tona em outra ocasião. Se trará prejuízos importantes aos consumidores, como avaliam órgãos de defesa, é preciso atenção. Por outro lado, também vale a reflexão sobre a utilização da internet. É certo que o comportamento do usuário mudou ao longo dos anos com a entrada de novos produtos, como os canais por assinatura on-demand e os jogos on-line. 
   Tudo isso certamente gera um aumento do tráfego de dados, mas a conta não deve ficar apenas com o consumidor. Se as operadoras perdem com isso, certamente há meios de obter maior lucratividade com outros produtos. É um aumento do consumo que tinha que ser previsto, inclusive com investimentos prévios na infraestrutura. E, por isso, mais uma vez a sociedade precisa ter atenção para que não ocorra o mesmo que já aconteceu com outros serviços, como a energia elétrica e água – cujas tarifas foram reajustadas significativamente no último ano porque foram represadas para “segurar a inflação” e também por falta de investimentos para atender a demanda crescente. 
   A sociedade precisa evoluir. Os brasileiros devem brigar mais pelos seus direitos e exigir serviços prestados a altura do preço pago. ( FOLHA OPINIÃO, opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira. 29 de abril de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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