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segunda-feira, 25 de abril de 2016

OPERAÇÃO PUBLICANO E PUNIÇÃO


   Há um ano foi protocolada a primeira denúncia relativa à Operação Publicano. As investigações conseguiram apontar e desbaratar um engenhoso esquema de cobrança de propina e de enriquecimento ilícito montados por auditores da Receita Estadual da delegacia de Londrina. Há indícios de que as ilegalidades funcionavam há pelo menos 30 anos e que geraram prejuízos significativos aos cofres públicos – cerca de R$ 40 milhões somente nessas investigações.
   Se durante esse período, vários servidores públicos, empresários e profissionais liberais foram presos, o desafio agora é reaver todo o dinheiro obtido ilegalmente. Como exposto ontem neste jornal pelo coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaego) , Jorge Fernando Barreto da Costa, o foco agora é a recuperação de bens e do dinheiro que os agentes públicos receberam por deixar de cumprir com suas obrigações. 
   Para a sociedade que acompanha os desdobramentos das operações e o andamento jurídico, é importante que todos os envolvidos sejam punidos e que os recursos retornem à população. São milhões que poderiam ser aplicados no bem-estar dos paranaenses, principalmente em um momento desses de falta de recursos. Além disso, modifica a ideia, ainda presente no inconsciente coletivo, de que a Justiça brasileira não pune os “crimes de colarinho branco”.
   É claro que os desdobramentos da Operação Lava Janto, desenvolvida em âmbito nacional, contribuíram também para a mudança de paradigmas como esses. No entanto, toda movimentação nesse sentido ajuda no amadurecimento da sociedade – em deixar de aceitar práticas de corrupção por parte de políticos e agentes públicos. O atual momento é bastante propício às discussões, deixando de lado a atual polarização partidária. Os cidadãos devem se unir e cobrar transparência nos atos públicos. Ninguém deve ser favorável à corrupção, mal que tanto causou a Nação. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira. 25 de abril de 2016,publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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