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sábado, 5 de março de 2016

OU O BRASIL, OU LULA


   1 – Há dois tipos de cegos no mundo: os cegos dos olhos e os cegos da inteligência. A diferença é que os cegos dos olhos raramente têm a cegueira total. Mesmo quando falta em 100% o sentido da visão, eles encontram maneira de suplantar a deficiência. Aprendem a ler em Braile, aguçam os outros quatro sentidos, estudam , trabalham, vivem. O Instituto dos Cegos de Londrina está cheio de belas histórias de superação. Só não vê quem não quer. 

2 – Com a cegueira da inteligência acontece o contrário. Quanto menos inteligente a pessoa fica, menos ela percebe que está cega. A escuridão da mentira e do autoengano ( a mentira que as pessoas contam para si mesmas) torna-se cada vez mais espessa e absoluta. Se você mencionar a existência da luz ao cego da inteligência, será tido por ele como louco, bandido ou leviano. Será, acima de tudo, um inimigo. 

   3 – O Brasil está sendo governado por cegos da inteligência. Os donos do poder só sabem viver e movimentar-se na mentira e nas trevas. A corrupção não é uma ocorrência do governo: ela é o próprio governo. Desculpem a brutalidade do que vou dizer, mas é como se o câncer resolvesse assumir a identidade do doente e se apresentasse como a verdadeira pessoa. Ou, para usar uma imagem de Hans Christian Andersen, é a sombra tomando o lugar do dono da sombra.

   4 – Só um cego não vê que o Brasil está diante de uma escolha. Ou o País, ou Lula. Ou o povo, ou o PT. Ou o futuro, ou Dilma. Para três nomes, três carimbos: a punição, a extinção e a renúncia. Não há qualquer sentido de vingança ou ressentimento nessa conclusão. Trata-se apenas de uma questão de sobrevivência. Sobrevivência do País. Se tivesse um mínimo de amor pelos brasileiros, Lula estaria discutindo agora os termos de uma prisão domiciliar. Mas não: ele e o PT querem conflito. Querem a guerra. Que Nossa Senhora Aparecida - cuja imagem peregrina está em Londrina – evite o pior.

   5 – Agora, mais do que nunca, precisamos manifestar nosso amor pelo Brasil. No dia 3 de março, quando o Colégio Mãe de Deus completou 80 anos , eu vi e ouvi as crianças da escola cantando o Hino Nacional. Foi uma cena que me encheu de esperança. Sim, ainda temos bons exemplos no Brasil. Entre os maiores estão o juiz Sérgio Moro e o filósofo Olavo de Carvalho, mas existem outros. É hora de mostrar, aos que ainda se recusam a enxergar, o alvorecer de uma nova nação. Uma nação em que a verdade, o trabalho e a misericórdia sejam os pilares. Não as ruínas do edifício social. 

   6 – No dia 13 de março, estarei nas ruas para dizer que acredito neste novo Brasil. Dez, cem, mil, cem mil ou um milhão poderão caminhar ao meu lado; só não quero é correr o risco de dizer aos meus netos que fui omisso na hora mais importante. 

7 – Que Deus nos acompanhe. “Porque nEle vivemos, e nos movemos, e somos.” (At.17,28). ( Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br coluna AVENIDA PARANÁ - por Paulo Briguet, página 3, caderno FOLHA CIDADES, sábado, 5 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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