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terça-feira, 8 de março de 2016

DIA DE REFLEXÃO


   Hoje, Dia Internacional da Mulher, é para reflexão. Tempo em que os brasileiros devem discutir efetivamente a importância do sexo feminino na sociedade. Nas últimas décadas, foram inúmeros avanços e conquistas. A mulher ganhou destaque, sua importância na família aumentou e cresceu sua participação no mercado de trabalho. Fatos bastante relevantes, mas que não foram suficientes para acabar com a violência.
   Balanço da Central de Atendimento à Mulher, órgão vinculado à Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, apontam que 38,72% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente: para 33,86%, a agressão é semanal. Os dados foram colhidos entre Janeiro e dezembro do ano passado. São índices preocupantes porque mostram que nem mesmo a Lei Maria da Penha tem sido suficiente para inibir a ação de agressores. 
   O Estado tem que atuar contra esse tipo de comportamento. Se a Constituição Federal expressa igualdade entre os brasileiros, inadmissível o grande número de casos ainda registrados no País. Violência tem que ter punição, a sociedade como um todo não pode ser condescendente com esse tipo de crime. É preciso evoluir e, para isso, há necessidade de se fazer investimento em educação. Crianças devem ser educadas a respeitar as diferenças e, nesse caso, não se trata apenas de menino e menina.
   Profissionais de saúde e de segurança também têm que ser melhor preparados para atender as vítimas. A implantação de delegacias especializadas são um importante avanço, mas infelizmente essas unidades não estão em todos os municípios e tampouco conseguem atender todas as vítimas. Em alguns casos, a falta de estrutura policial para fiscalizar e até mesmo fazer cumprir a lei não impede mais casos de violência. Tanto que ontem a Delegacia da Mulher em Curitiba realizou a operação Mulher Segura. O alvo foram homens que descumpriam as chamadas medidas protetivas aplicadas após a formalização das denúncias de violência. Ações como essas deveriam ser rotineiras.
   Porém, mais que parabenizar as mulheres é preciso promover ações de conscientização. A igualdade de direitos irá ajudar na construção de um país mais justo e sustentável. (FOLHA OPINIÃO, opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, terça-feira. 8 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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