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domingo, 17 de janeiro de 2016

LONDRINENSE EM FILME INDICADO AO OSCAR



   Os filmes de animação brasileiros, definitivamente, estão em alta e ganhando visibilidade mundo afora. Mesmo com poucos recursos, destacam-se em importantes festivais e mostram o talento e criatividade do povo daqui. O exemplo mais significativo foi a indicação, na quinta-feira, de “O Menino e o Mundo” (lançado em janeiro de 2014) ao Oscar de Melhor Animação, concorrendo com gigantes como a Pixar, com “Divertida Mente”.
   Enquanto a festa mais badalada do cinema não acontece, o filme já começou o ano faturando Festival internacional de Animação de Annecy, na França, um dos principais prêmios da maior competição internacional do gênero. No total, já acumula outros 45 prêmios em 23 países. 
   Se ter um filme indicado à uma grande premiação já é uma vitória, ter uma londrinense na equipe de produção é ainda mais gratificante, pelo menos para os pés-vermelhos. Midori Sato, assistente de produção e um dos ‘braços direitos’ do diretor Alê Abreu (do longa “Garoto Cósmico”, nasceu e foi criada na cidade, mas saiu para cursar faculdade em Curitiba e, de lá, o mundo da animação ganhou sua vida. “Ainda na época de estágio já admirava o trabalho do Alê. Entrei em contato com ele e pouco tempo depois fui convidada a participar de m piloto da série “Vivi Viravento”. O filme ‘O Menino e o Mundo’ veio na sequência”, revela.
   Midori conta que “O Menino e o Vento” levou quase cinco anos para ser desenvolvido. “Cada segundo tem 24 quadros. Quando conseguíamos fazer um segundo no dia era comemoração”. No total são 80 minutos. 
   Mas, para chegar a esse ponto, muita coisa já havia sido desenvolvida. No caso de animação desse tipo, não existe um set de filmagem ou atores, mas desenhistas e “é preciso criar tudo do zero”. “Participei deste a pré-produção e planejamento artístico, contratação de pessoal e do processo de criação mesmo dos personagens. Começamos pelo storyboard para, então, partirmos para o animatic, um modo de pré-visualização do roteiro traduzido em imagens”, detalha a londrinense.
   O baixo orçamento (cerca de 2 milhões) – contra US$ 175 milhões da Pixar, por exemplo – exigiu dos criadores muita habilidade e criatividade. Utilizando diversas técnicas artísticas como desenhos, pinturas e colagens, o filme convida o espectador a embarcar no mundo de sonhos da criança e mergulhar num universo onde tudo é possível. “Não é blockbuster, a proposta é mais intimista, com outra estética. O filme consegue retratar com delicadeza a história e os sentimentos do menino, que são mostrados pelas imagens e trilha sonora primorosa, já que não há diálogos. Por tudo isso, o resultado técnico não fica a desejar”, diz Midori, atentando que, diante da indicação e do que tem sido produzido no Brasil, este é um momento positivo para a valorização da animação nacional.(M.T.) ( MARIAN TRIGUEIROS – Reportagem Local, FOLHA 2, domingo, 17 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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