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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

LADEIRA ABAIXO

 
   Uma das empresas brasileiras mais sólidas e confiáveis está se deteriorando. Ontem, a constatação veio após o fechamento do mercado financeiro: as ações preferenciais fecharam cotadas a R$ 4,80, o menor valor para uma ação estatal desde 2003. Somente com relação a sexta-feira a queda é superior a 7,8%. A explicação para a baixa queda está diretamente ligada ao preço do barril de petróleo no mercado internacional, que também está em curva descendente. 
   No entanto, o que chama atenção nesse caso, e que deve ser avaliado, é que os preços só atingiram esse patamar baixíssimo por causa da credibilidade da empresa. A Operação Lava Jato, que revelou um esquema bilionário de desvio de recursos da estatal, e seus desdobramentos atingiram fortemente a imagem da empresa. A partir daí, a solidez da empresa foi muito impactada.
   A Petrobras, por exemplo, perdeu o grau de investimento da agência de classificação de risco Moody’s, no ano passado, depois de apresentar dificuldade para publicar seu balanço. Também em 2015, registrou o primeiro prejuízo anual desde 1991. Além disso, entre 2012 e 2014 a dívida da estatal subiu de R$ 181 bilhões para R$ 332 bilhões. A relação desses fatos certamente traria impactos no preço das ações. A cotação atingida ontem não ocorreu somente pelo mercado externo. E ainda pode cair mais. 
   Importante os brasileiros se atentarem porque também a empresa está perdendo seu valor de mercado. No início deste ano, o seu valor de mercado – conforme a cotação de suas ações na bolsa – estava em R$ 21,8 bilhões. Para efeitos de comparação, em 2010 era de US$270 bilhões, ou seja, 12 vezes mais. Os números por si só estancaram a situação e podem indicar para uma rápida deterioração.   Se a Petrobras era considerada “orgulho nacional”, hoje essa afirmação não é válida.
   A população precisa se engajar mais na vida pública do País. A fiscalização é fundamental para evitar que a corrupção permaneça arraigada na cultura nacional. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br terça-feira, 19 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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