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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

UM INIMIGO HÁ MUITO CONHECIDO



   Mulheres brasileiras grávidas se veem hoje diante de um inimigo traiçoeiro, porém já conhecido, o mosquito Aedes aegypti, que além de transmitir a dengue e a chikungunhya espalha também o zika vírus. Esse último foi identificado pela primeira vez em 1947. Em um macaco na floresta Zika, em Uganda, continente africano – daí o nome da doença. No Brasil, o primeiro caso foi registrado em  abril de 2015. A doença ”zika” continua a evoluir de forma benigna, com sintomas como dores musculares, coceira e febre. Mas o panorama mudou desde que o Ministério da Saúde (MS) confirmou   a relação do zika vírus com a microcefalia e apura se há relação dele com a síndrome de Guillain-Barré.
   O MS identificou no Brasil 1,7 mil casos suspeito de microcefalia associados ao zika vírus, sendo que 800 foram registrados em Pernambuco. A microcefalia acontece quando o bebê tem a cabeça com um tamanho menor do que o esperado pela idade dele. A situação é tão séria que o MS declarou estado de emergência em saúde pública. A última vez que isso aconteceu foi em 1917, por causa da gripe espanhola. Frear o crescimento da epidemia de microcefalia significa que gestantes não devem ficar expostas ao Aedes aegypti. O problema é que já falta repelente no mercado, o que fez o governo federal anunciar que os laboratórios do Exército passarão a fabricar o produto para serem distribuídos a gestantes de todo o País. Mas, infelizmente, não é uma solução imediata.
   É a primeira vez que se relaciona o zica vírus com a microcefalia e, portanto, não existem referências na literatura médica. Não é fácil combater o Aedes aegypti, esse terrível mosquitão que se prolifera em água parada limpa ou pouco poluída. Mas, por enquanto, combater o vetor é o único jeito de evitar o crescimento ainda maior dos casos de dengue e microcefalia. Acabar com o mosquito significa conscientização da população para manter suas casas livres de criadouros e um trabalho sério dos órgãos públicos. Não se pode admitir demora na realização de pesquisas que esclareçam melhor as doenças que o zika vírus pode causar, assim como é inadmissível atrasar ainda mais o início da terceira fase de testes da vacina contra a dengue. Solicitação nesse sentido foi feita em abril, pelo Instituo Butantan, responsável pela vacina, mas só na semana passada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvis)  de início ao processo. (FONTE; FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.copm.br  página 2, segunda-feira, 14 de dezembro de 2015, publicação do jornal Folha de Londrina).

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