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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

MAIS TRANSPARÊNCIA, MENOS CORRUPÇÃO



   Para quem acha que o crime do colarinho branco compensa, segue um aviso: as condenações da Operação Lava Jato já somam quase 700 anos. Até ontem, O juiz Sérgio Moro, que conduz as ações em primeira instância, havia condenado 75 réus. Entre os condenados estão os maiores empreiteiros do Brasil, ex-diretores da Petrobras e políticos. A maior pena d Lava Jato até o momento foi para o engenheiro Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras. Ele foi condenado a 20 anos e oito meses de prisão. 
   Dados do Ministério Público Federal (MPF) apontam que os crimes já denunciados na Lava Jato envolvem o pagamento de R$ 6.4 bilhões em propina. Desse total, R$ 1,8 bilhão foi recuperado via acordo de colaboração premiada, segundo a Procuradoria da República. A Lava Jato está fazendo o brasileiro mudar a sua compreensão sobre corrupção. Tanto que pela primeira vez, a corrupção foi apontada como o maior temor dos brasileiros, em levantamento feito recentemente pelo DataFolha. Passou à frente da Saúde, que ocupou várias vezes o ranking da pesquisa.
   É uma boa reflexão para se fazer nessa semana em que se comemora duas datas importantes, o Dia Internacional de Combate à Corrupção (ontem) e o Dia Internacional dos Direitos Humanos (hoje). As duas datas têm relação. Um país indulgente com a corrupção não respeita o direito do seu cidadão. Será que finalmente o brasileiro entendeu que a corrupção tira do trabalhador e de seus familiares direitos básicos como saúde e educação de qualidade? 
   Se a percepção que corrupção é o principal problema do Brasil cresce entre o povo, o mesmo não acontece entre os governantes, como apontou a pesquisa divulgada ontem pelo MPF mostrando o ranking nacional dos portais de transparência. Nesse estudo, a nota zero é concedida aos municípios e estados menos transparentes e a nota 10 vai para os mais transparentes. Entre os mais de cinco mil municípios brasileiros somente sete atingiram a nota máxima. E entre os Estados, apenas o Espírito Santo. A pesquisa revelou ainda que média das notas dos municípios brasileiros foi de 3,91, um índice bastante baixo se considerarmos que a Lei de Acesso à Informação está em vigor desde 2011. 
   É obrigação do poder público fazer uma administração transparente e aberta à participação do cidadão. A conta é simples: mais transparência na gestão pública significa menos corrupção. ( FONTE: FOLHA OPINIÃO opiniao@fohadelondrina.com.br, página 2, quinta-feira, 10 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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