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terça-feira, 10 de novembro de 2015

REGRAS DE ACENTUAÇÃO



   Na coluna da semana passada, falamos sobre os acentos gráficos que existem na língua portuguesa. Enquanto o acento grave (À)  e o til (Ã) têm funções bem específicas, dois deles, o acento agudo (Á) e o circunflexo (Â) seguem algumas regras, das quais vamos tratar a seguir:
   Com palavras de mais de uma sílaba, é necessário identificar qual delas é a sílaba tônica, pois disso dependem as próprias regras. Por exemplo, se a sílaba forte da palavra for a última, temos uma oxítona, como em “café”, “Paraná”, “amor” ou “feliz”. Nesse caso, a palavra será acentuada quando terminar em A, E, O ou EM, com ou sem S ( AS, ES, OS, ENS), como acontece com “sofá”, “você”, “paletó” ou “também”.
   Já quando a sílaba tônica é a penúltima, a palavra é paroxítona, e será acentuada quando terminar em L (fácil). N (hífen), R (repórter), PS (bíceps), X (tórax), US (vírus), UM ou UNS (álbum), I ou IS (lápis), Ã(S) ou ÃO(ÃOS) (ímã, órfãos) e ditongos, com ou sem S (água, insônia). São muitas terminações para decorar , não é? Então, fica a dica: de um modo geral, as paroxítonas seguem uma regra contrária à das oxítonas, ou seja, se terminarem em A, E, O ou EM (com ou sem S), não são acentuadas, caso contrário , sim. Essa estratégia até pode ter uma outra exceção, mas geralmente funciona.
   Finalmente temos as proparoxítonas, palavras que têm a tônica na antepenúltima sílaba. Essas apresentam a mais fácil das regras: são sempre acentuadas (helicópteros, fantástico, etc).
    Uma vez que todas as regrinhas acima valem para palavras com duas ou mais sílabas, o que acontece com as monossílabas (que só tem uma )?  Nesse caso, temos que diferenciar entre monossílabos tônicos (pronunciados de maneira mais forte) e átonos (pronunciados mais fracamente). Os primeiros são acentuados quando terminam em A, E ou O, com  ou sem S (pá, fé, dó, enquanto que os átonos nunca recebem acento. Para saber se um monossílabo é tônico ou átono, você tem dois caminhos: pode colocar a palavra em uma frase e tentar perceber  se ela é pronunciada de maneira forte ou fraca, ou pode identificar a classe a que ela pertence (artigos, preposições, conjunções e pronomes oblíquos são átonos, enquanto que verbos, substantivos e adjetivos são tônicos).
   Há ainda a regra dos ditongos abertos, que nos diz que ÉI, ÉU e  ÓI serão acentuados, quando pronunciados de forma aberta (pastéis, chapéu, dói), desde que não estejam em paroxítonas (ideia e heroico), pois esse acento caiu com a última reforma ortográfica.
   Outra regrinha que é bom observar é a que diz respeito aos hiatos ( quando duas vogais ficam em sílabas separadas). Nesse caso, se I ou U forem a segunda vogal, tônicas e estiverem sozinhas na sílaba ( ou no máximo com S), levarão acento ( raízes,  saúde).
   Achou que são muitas regras? Então vai mais uma dica: saiba uma palavra de cada caso e use-a como base de comparação. Por exemplo: se “Paraná” que é uma oxítona terminada em A, tem acento, todas as outras oxítonas em A também terão, como “vatapá! Ou “xará”. Pelo mesmo raciocínio “automóvel” é acentuada, “impossível” também será, já que ambas são paroxítonas terminadas em L.
   Vale dizer que se você tem o hábito de ler bastante, provavelmente não precisará decorar nenhuma regra. Se estamos acostumados ver a palavra escrita com acento, será no mínimo estranho lê-la sem o dito cujo. Quanto mais vocabulário alguém adquire, menos vai precisar das regras gramaticais. Em todo caso, não tenha receio (ou vergonha) de procurar em um bom dicionário, caso tenha dúvidas.
   Mande seus comentários, críticas e sugestões para nosso e-mail bemdito14@gmail.com. ( FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL, página 6, FOLHA 2, espaço  BEM DITO, terça-feira, 10 de novembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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