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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

POPUYLAÇÃO PLANTA HORTA NO IGAPÓ




   Ideia é que, da mesma forma que todos podem se beneficiar, todos podem ajudar a cuidar.


   Foi quando a prefeitura de São Paulo cortou a árvore que existia na esquina da casa da professora Valéria Farhat que tudo começou. Diante do pequeno pedaço de terra inutilizada, como uma janela aberta na calçada, ela decidiu fazer uma horta, para ficar ali, esperando por quem quisesse plantar ou colher. Três anos e muitas horas país afora depois, Valeria aterrissou em Londrina, a pedido de um grupo interessado nessa proximidade com a terra. E desde o último fim de semana, uma horta pública de temperos brota às margens do Lago Igapó.
   O pesquisador Douglas Inoue já conhecia a experiência de Valéria com hortas públicas. “Eu vi uma horta que ela fez em Palhoça (Santa Catarina) e sempre tive vontade de fazer algo parecido”. Há dois anos morando em Londrina, ele fez a ponte entre a professora e outros londrinenses interessados na iniciativa. Prontamente, Valéria se propôs a vir colaborar. Porque a ideia é essa: que o projeto seja colaborativo, totalmente espontâneo. E, espontaneamente, quem foi conhecendo a ideia, foi aderindo, sugerindo e trazendo mudas. Em duas semanas, tudo saía do mundo das ideias para o da prática. “Por isso, é colaborativo. Se fosse de outra forma, pelos meios burocráticos, essa horta se tornaria realidade em 2020”, brinca Valéria.
   Não foi preciso qualquer esforço para encontrar interessados “Nessas horas, brotam pessoas, porque tem muita gente sufocada por essa vida robótica, pelos lugares fechados, pelos carros, pelo consumo”, justifica. E essas pessoas contribuíram para garantir despesa de passagem que trouxe Valéria à cidade até a hospedagem dela.
   Da mesma forma que uma horta nasceu de um esforço espontâneo, também será mantida assim. “Quem passar por aqui e ver que o tempo está muito seco e a horta precisando de água, vai regar, vai combinar com o outro para vir regar no dia seguinte. Estamos nos apropriando de um espaço público para o bem público”. A mobilização envolveu cerca de 50 pessoas. A jornalista e cozinheira Sílvia Sitta está entre os que deram os primeiros passos para a horta pública do Lago Igapó. “ Morei 21 anos na Alemanha e lá as pessoas alugam pequenos pedaços de terra fora da cidade, porque dentro das cidades não tem, para plantar flores e hortaliças para se alimentar. A nossa cultura não sabe aproveitar as condições que tem. (Armenio Pimenta – Estudante de Psicologia). ( JULIANA GONÇALVES-
jgonçalvesgazetadopovo.com.br  página 7, geral, PARANÁ, segunda-feira, 23 de novembro de 2015, publicação do JORNAL DE LONDRINA).

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