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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

HORA DE RENEGOCIAR AS DÍVIDAS



Feirão tem objetivo de ajudar consumidor a sair do vermelho; hoje mais de 57 milhões de brasileiros estão inadimplentes

   Hoje o País tem 57,2 milhões de pessoas inadimplentes, o que corresponde a cerca de 40% da população adulta do Brasil, totalizando R$ 246 bilhões em dívidas. Com a proximidade do Natal, este é um bom momento para renegociar os débitos já que no final do ano ocorre a entrada de recursos extras com o pagamento do 13º salário.
   Como uma forma de ajudar os consumidores inadimplentes, a Serasa Experian iniciou ontem uma nova edição do Super Feirão Limpa Nome que conta com uma versão online para todo o País e dois eventos presenciais nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Esta já é a quinta e a última foi realizada em abril, quando 1,8 milhão de pessoas buscaram renegociar suas dívidas. 
   Segundo o gerente de recuperação de crédito da Serasa, Rafael Salmi, a expectativa para este feirão é chegar a 2 milhões de consumidores. 
Segundo levantamento da empresa, o número de consumidores inadimplentes vem crescendo no Brasil. Em dezembro de 2013 eram 51,8 milhões de pessoas e, ao final de 2014, este número já atingiu 54,1 milhões. Para Salmi, isso é reflexo da situação econômica do País, da alta dos juros e da inflação e da intensificação do desemprego. 
   O Feirão online estará disponível para todo o Brasil até o dia 14 de novembro e há situações nas quais os descontos sobre as multas e juros podem chegar até 90%, dependendo do tamanho da dívida e do credor. Para fazer a renegociação, o consumidor deve entrar no site www.serasaconsumidor.com.be/superfeirão e fazer um cadastro informando dados pessoais. Em seguida, o site já informa o valor do débito. Dentro deste mesmo endereço, cada credor tem uma página personalizada na qual o devedor pode fazer a negociação através de vários canais como telefone, chat e e-mail. No Rio de Janeiro, o feirão acontece de 3 a 7 de novembro e, em São Paulo, de 24 a 28 de novembro.
   Mas a dica é que o consumidor se prepare antes de negociar, colocando na ponta do lápis todas as despesas fixas e as dívidas já assumidas ou previstas. Assim, é possível saber quanto deve sobrar para pagar a nova dívida que será negociada com a empresa, escolhendo quais as condições e formas de pagamento melhor se encaixam no orçamento. Na hora da negociação, o consumidor deve analisar a proposta e, se não estiver de acordo, é importante fazer uma contraproposta, até que ambos cheguem a uma alternativa realista. 
   Na Associação Comercial do Paraná, em Curitiba, é disponibilizado outro serviço que pode ajudar o consumidor na tarefa de colocar em dia as dívidas, com o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). O consumidor que está inadimplente recebe uma carta com o nome do credor e o valor da dívida. No SCPC, tem acesso a informações da cartilha “Consumidor Positivo” que traz orientações de como equilibrar o orçamento. O serviço faz cerca de 18 mil atendimentos por mês e a previsão é que este número aumente no final do ano com o pagamento do 13º salário. 
   O contador autônomo José Carlos da Silva era um dos consumidores que estava no SCPC para planejar como iria negociar uma dívida de R$ 1.400 com um plano de saúde. “Deixei de pagar porque tive dificuldades financeiras”, disse. A camareira Maria Luzia dos Santos contou que teve o nome incluído no cadastro de inadimplentes, mas não tem dívidas. Ela desconfia que alguém deve ter usado o CPF dela indevidamente e agora não consegue fazer compras no crediário. A designer Estela Carmem Villatore disse que comprou esquadias no cartão de crédito e não recebeu o produto. Além disso, ela demorou três meses para receber a fatura e não conseguia fazer os pagamentos, o que a colocou no cadastro de inadimplentes. Além disso, ela fez a compra em oito vezes sem juros e a cobrança veio errada constando juros no montante total. ( ANDRÉA BERTOLDI – REPORTAGEM LOCAL, página 1, Folha Economia & Negócios, quarta-feira, 4 de novembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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