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terça-feira, 17 de novembro de 2015

A REFORMA ORTOGRÁFICA



   Em 2009, o Brasil assinou um acordo para colocar em prática novas regras ortográficas para a língua portuguesa. Na época, falou-se muito sobre o trema; escolas montaram aulas especiais, empresas orientaram seus funcionários e os meios de comunicação produziram muitas matérias especiais a esse respeito. Com o passar do tempo, as pessoas foram deixando o assunto de lado, mas ainda há muitas  dúvidas  a respeito.
   Primeiramente, é importante entender que esse acordo foi pensado com a finalidade de unificar a língua, falada em nove países. Pequenas diferenças na maneira de se escrever ou acentuar algumas palavras sempre fizeram com que um texto escrito em Portugal parecesse estranho ou “errado” para leitores brasileiros (e, vice-versa). Ao modificar algumas regras, tornaríamos a língua escrita igual em todos os países, eliminando esse tipo de problema.
   O acordo atual foi criado em 1990, mas demorou quase vinte anos para ser de fato colocado em prática, para que fosse possível atingir, se não todos, pelo menos a maioria dos países falantes da língua. No Brasil, o decreto presidencial que colocou o acordo em prática foi então assinado pelo presidente Lula no final de 2008,  estabelecendo que as novas regras passariam  a valer a partir de janeiro de 2009. Foi estabelecido um período de transição, para que as pessoas pudessem se acostumar com as mudanças, além de dar tempo às editoras para prepararem edições “corrigidas” de suas publicações. Em Portugal, esse prazo seria de 6 anos.
   No Brasil, o decreto original do presidente determinava que, a partir do início de 2013, as novas regras deveriam se tornar obrigatórias. Entretanto, no final de 2012, a presidente Dilma assinou novo decreto, adiando essa implantação para o início de 2016, sob a alegação de que seria necessário mais tempo par todas as adaptações. Durante esse período, (do início de 2009 ao final de 2015), valem as duas ortografias: a “antiga” e a “nova”.
  Por exemplo: se considerarmos a regra de acentuação dos ditongos abertos, são consideradas corretas tanto a grafia “idéia”  quanto “ideia”. A primeira traz a regra “antiga”, enquanto a segunda segue a regra “nova”. Já a partir de primeiro de janeiro do ano que vem, somente a segunda opção será válida, não sendo mais permitido escrever a palavra com acento.
   Para nós, brasileiros, as principais mudanças dizem respeito à acentuação, ao fim do trema e ao uso do hífen, assunto de que trataremos em breve aqui na coluna. Enquanto isso, ficam algumas dicas importantes:

1- Não “misture” as regras. Embora ainda seja possível escrever pela norma antiga ou pela nova, s falta de uniformidade pega muito mal. Se você prefere “idéia” com acento, tudo bem (pelo menos até 31 de dezembro), mas então use essa grafia no texto todo.

2- Tire suas dúvidas: Todos os dicionários atuais já trazem a nova ortografia. Outra boa fonte de consultas é o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), que traz a grafia oficial de todas as palavras de nossa língua. Está disponível no site da Academia Brasileira de Letras (http://academia.org.br/) ou como aplicativo disponível para download em seu celular ou tablete (procure por VOLP).

3- Preste atenção no que lê: praticamente todos os meios de comunicação, como jornais e revistas, já adotaram a nova ortografia há algum tempo. Quanto mais você se acostumar com as novas regras, mais fácil deixar as “velhas” de lado.


   Voltaremos em falar de ortografia em breve. Enquanto isso, mande seus comentários, críticas e sugestões para nosso e-mail bemdito14@gmail.com. Até  próxima terça. (FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL, página 5, FOLHA 2, espaço BEM DITO, terça-feira. 17 de novembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

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