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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

ESTAMOS NA MESMA DIREÇÃO DA GRÉCIA?

   

   Dias atrás, durante uma de minhas aulas, um aluno do curso de Administração me perguntou se o Brasil, do jeito que as coisas estão acontecendo, estaria indo na mesma direção da Grécia. Olhei para ele e perguntei o que ele achava. Ele me olhou nos olhos com cara de espanto e disse: “É isto que estão falando...”Expliquei a ele que não, é muito difícil comparar o Brasil com a Grécia. Tamanho, produção, população, situação econômica, posição mundial... São tantas as diferenças que, por um momento, até parece ser piada.
   Mas por que a comparação? De onde tantas pessoas estão traçando este caminho? O problema é político. O que se passou na Grécia foi uma total desordem governamental. Gastos além do possível. Falta de controle. Corrupção. O velho ditado já dizia.. .”enquanto a barba do vizinho está queimando, é bom colocar a nossa de molho “.
   O que podemos alinhar com a Grécia é que tudo o que está acontecendo lá era previsível e evitável. Acredito que este medo de nos tornarmos uma Grécia vem da desordem política que estamos vivendo hoje no Brasil. Gastos sem controle, corrupção, a lei da vantagem imperando em todos os lugares. O meu aluno está assustado e como  ele, grande parte da população brasileira, telespectadora de um show diário de descontrole, descaso, despreparo e má índole de quem nos dirige.
   E como aconteceu com a Grécia, podemos também ver o que acontecerá se não “arrumarmos a nossa casa. A bomba será bem maior! Durante minhas aulas exponho que quando olhamos  para o futuro e vemos que algo pode dar errado, temos a obrigação de mudar o rumo, desviar ou anular o que pode nos atrapalhar. Isto se chama planejamento. E é o que está faltando. Mas planejar leva tempo e é para o futuro. O que vemos hoje é o imediatismo. As soluções apresentadas, são para amanhã, volúveis e rasas. São uma resposta imediata para “acalmar” a população e não para “arrumar” a situação.
   Os que buscam seriamente a solução sabem que vai levar um bom tempo para que isto aconteça. Sabem que todos nós teremos de “pagar” de alguma maneira esta conta. Sabem que vai levar tempo. O bom de tudo isso, e para mim uma grande conquista, é que meu aluno está interessado, incomodado e preocupado com o que vai acontecer. ( HENRIQUE GAMBARO VIEIRA, professor universitário e coordenador do curso de Gestão de Recursos Humanos na Unopar, espaço ponto de vista , página 2, quarta-feira, 9 de setembro de 2015, publicação do JORNAL DE LONDRINA).   

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