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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

RECOMEÇO NO INTERIOR


  


   Dois jovens casais contam como mudaram de cidade para conquistar mais qualidade de vida em Londrina.

   Histórias de quem busca a tranquilidade a beira mar depois de criar os filhos e se aposentar não são novidade. Aliás, fazem parte do imaginário de muita gente. Mas a questão é que muitas pessoas não estão querendo mais saber de esperar décadas para isso. Mesmo sem o mar por perto, Londrina virou rota de jovens casais cansados da rotina dos grandes centros.
   Coincidentemente, Ariane e Fabrício Furtado e Gabriela e Rafael Losso desembarcaram por aqui em Fevereiro deste ano de mala, cuia e  muitos planos . Enquanto primeiro casal pensou nos filhos na hora da troca de cidades, o segundo casal veio pensando nos filhos que planejam ter por aqui. Para a ortodentista Ariane e o cardiologista Fabrício, Londrina “é onde tudo começou”. Os dois não têm família na cidade, mas se conheceram no vestibular da UEL. E foi para cá que resolveram se mudar depois de cerca de oito anos em São Paulo.
   Pais de Felipe, de 6 anos, e Leonardo de 4, o casal pensou muito nos filhos. “A escola deles ficava a oito quadras de casa e a gente demorava às vezes 1h20 para chegar”, conta Ariane. Além do trânsito, s,  também entrou na lista dos contra, “a questão da poluição e da falta de água”, lembra Fabrício, que tinha na capital paulista o emprego dos sonhos de muitos médicos, um posto no hospital Sírio Libanês.
   “Nós dois estávamos em Brasília no ano passado para um congresso e encontramos  um amigo de faculdade que perguntou se eu não queria voltar”, conta o médico. “Pensamos é agora ou nunca mais”, explica Ariane. É que o casal estava se preparando para construir consultório juntos, com duas salas próximas à residência
   Para os dois, nascidos e criados no interior paulista, as limitações d metrópole para as crianças sempre vinham à tona. Onde meus filhos vão andar de bicicleta?”, refletia a apartamentos e só duas casas e escolhemos esta quando o meu filho falou que esta era boa para o cachorro”, emociona-se. Seis meses depois da mudança, Tatá chegou para animar mais ainda a casa dos Furtado.
   “É um recomeço de tudo”, diz Fabrício, que assim como Ariane está criando uma nova rede de pacientes. “Até me espantei com a rapidez”, conta o médico. Ele não esconde que por aqui os rendimentos são menores que na capital paulista, mas em troca tem a recompensa de ver os bem e com mais tempo. “Não  precisei cancelar a agenda para estar em casa neste horário (17 horas). Em São Paulo chegava em casa por volta das 21 horas”.
   Para Ariane, o começo foi tumultuado por conta de um cirurgia no rim. ”Minha mãe teve que me ajudar na mudança”, lembra. “Escolhemos vir no início do ano para não atrapalhar a escola”, conta a ortodentista. Para alegria de Fabrício, até vaga na escolinha de futebol eles encontraram com facilidade, “Em São Paulo tinha fila de espera”, relata. (KARLA MATIDA – Reportagem Local. Foto: Ricardo Chiarelli).
                                         

DEPOIS DE BERLIM


   Casados há dois anos, Gabriela e Rafael Losso estão morando há seis meses em Londrina, que conheciam de visitas à irmã de Gabriela. “Ela veio estudar há 12 anos e acabou ficando”, lembra a tradutora de videogames. Até então, os dois moravam em São Paulo.  “Fomos para lá em uma época que tudo acontecia por lá, tínhamos que morar lá mesmo. Hoje é diferente, é um  outro momento”, conta Rafael.
   Depois de 10 anos trabalhando na MTV, onde foi VJe responsável pelo conteúdo digital, Rafael, que é curitibano, consegue trabalhar na área de comunicação longe dos grandes centros. Não só do eixo Rio-SP, como até fora do país. Ele e Gabriela passaram nove meses em Berlim. A temporada de trabalho também serviu como um detox de São Paulo.
   Apesar de ser uma metrópole a capital alemã surpreendeu o casal com diferenciais como hortas comunitárias e os mergulhos nos canais. “Chegamos de Berlim com uma outra ideia”, justifica Gabriela. Os dois voltaram para o Brasil pensando na família. “Estamos na fase ninho”, avisa Rafael. O fato de estar longe dos familiares influenciou na decisão do retorno, tanto que escolheram Londrina justamente por estar em uma posição estratégica. “Fica no meio do caminho entre Curitiba e Dracena”, relata Gabriela.
   As praias de Florianópolis até entraram na lista da dupla, que ainda na Alemanha passou a planejar onde morariam. “Depois de 15 anos, São Paulo já tinha dado”, dispara Rafael. “Já Londrina é uma cidade que tem muito para acontecer ao contrário de São Paulo mastodôntica”, define Gabriela. “Aqui podemos criar uma nova vida com muitas possibilidades”.  Além  da qualidade de vida, o casal também economiza nos gastos”, “três vezes menor”. “E o ar que respiro aqui não tem preço”´garante  a tradutora. O cão Ponyo também tem vantagens na nova casa e ganha passeios diários ao redor do Lago Igapó. “É o nosso oásis”, afirma Gabriela. ( K.M.) Foto: Saulo Ohara. ( FONTE: Páginas 14, 15, 16 e 17, seção COMPORTAMENTO, FOLHA DA SEXTA, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sexta-feira,28 de agosto de 2015).    

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