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sexta-feira, 26 de junho de 2015

TODOS TEMOS NOSSA PORÇÃO DE CULPA



   Os problemas e as soluções são de responsabilidade de cada um, e não melhoraremos as instituições se não começarmos a nos melhorar como cidadãos. Esse processo é demorado, e nem todos os rigores da lei serão suficientes, por que o que se exige é  tomada de consciência.  No caso da redução da maioridade penal ( ora aprovada por proposta de emenda constitucional para alguns tipos de crime, devendo ainda passar por votações no plenário da Câmara e do Senado e pela sansão presidencial), logo teremos de reduzi-la para 14 anos, depois 12, e de 2 em 2 chegaremos à idade zero.Na verdade, já estamos punindo pelo aborto muitos que ainda nem nasceram. A doutrina da punição é prevalecente na opinião pública, porque a da solução dos dramas sociais que induzem aos delitos é mais trabalhosa, e demanda dedicação de governos e de todos nós.
   Males tão graves  quanto a criminalidade  praticada pelos menores são os dos fornecedores de armas  e drogas produzidas e comercializadas pelos infratores maiores de idade, e que municiam os adolescentes com elas e os usam nos assaltos; são os governantes corrompidos que agridem e empobrecem a nação pelos impostos escorchantes, pela farra pública com o dinheiro do povo e o desprezo por atendimentos sociais decentes; são os que exploram os outros pelas muitas formas de dominação; são as igrejas eletrônicas que sugam sem nenhuma punição o pouco dinheiro de muitos fiéis incautos, e por aí em diante.
   Por exemplo, as  leis estabelecem limites de velocidade para veículos a motor, mas permitem que fabricantes ( gente adulta) os façam cada vez mais velozes, e exaltem isso na propaganda. Aí, os jovens  correm e se matam. E nós, os velhos, os culpamos. Ademais, as rodovias brasileiras, por irresponsabilidade dos governos, não oferecem segurança para tanta velocidade. No caso da saúde e do ensino, o mal dos desatendimentos  seria resolvido se os governantes reduzissem os gastos exorbitantes da máquina pública – onerosa e de baixa  operância  – para não falar das obras superfaturadas e da corrupção em geral, que se converteu em pestilência nacional e envolve também poderosos segmentos da sociedade. ( Texto escrito por WALMOR MACCARINI, jornalista em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quinta-feira,25 de junho de 2015). 

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