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sábado, 16 de maio de 2015

TRIBUNAL DO PERDÃO


   No dia 13 de maio de 1981, um cidadão turco chamado Ali Agca baleou o papa João Paulo II. O crime aconteceu na mesma hora e na mesma data da primeira aparição de Nossa Senhora a três crianças em Fátima, ocorrida no ano de 1917. Por vários dias, o papa esteve entre a vida e a morte. Ele atribuiu sua sobrevivência  à intervenção direta da Virgem de Fátima.
   Exatamente um ano depois do atentado na Praça de São Pedro, João Paulo II visitou o Santuário de Fátima e depositou a bala que o atingira aos pés da imagem da santa.  Depois, essa bala foi colocada na coroa de Nossa Senhora, considerada por nós católicos a Rainha do Céu e da Terra. Em 1993, o papa visitou Ali Agca na prisão e o perdoou pessoalmente.
   Os dois gestos do papa demonstram claramente a força do perdão. Talvez seja a maior força do mundo. Os maiores crimes e sofrimentos humanos , quando tocados pelo perdão, transformam-se nas maiores graças. É por isso que Deus sempre perdoa; o diabo não perdoa nunca.

    Vivemos em um mundo em que a maioria só enxerga dois tipos de pessoas: amigo e inimigo. Esse é o mundo da guerra, o império das coisas, o reino da necessidade. Eu declaro guerra a essa guerra. Não quero enxergar no outro um amigo ou inimigo, mas antes de tudo um irmão. É a concepção cristã de universo, que se opõe ao materialismo/egoísmo predominante em nossa época. O partido que nos governa pretendeu levar essa divisão a todas as instâncias da vida – e conseguiu. Hoje até adversários do PT raciocinam conforme a lógica petista. O maior desafio de nosso tempo é acabar com esse divisionismo dos infernos, seja lá qual for o nome que ele utilize para se esconder – luta de classes, justiça social, revolução, reforma política, vontade de poder. Eu não quero que petistas sejam perseguidos e maltratados; quero simplesmente que eles deixem de mandar na nossa vida.
   Precisa os reaprender a perdoar- principalmente perdoar aqueles que reconhecem seus erros. Perdão não é sinônimo de impunidade, não exime ninguém de responder e pagar pelo que fez. Mas perdoar é preciso, ou iremos todos juntos para o abismo. ( Texto escrito por PAULO BRIGUET, página 13, espaço  Dia de Crônica PAULO BRIGUET  briguet@jornaldelondrina.com.br  www.jornaldelondrrina.com.br/blogs/comoperdaodapalavra , publicação do JORNAL DE LONDRINA, sext-feira,15 de maio de 2015).

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