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segunda-feira, 18 de maio de 2015

SAÚDE – SEM BANHO DE SOL DIÁRIO, JOVENS E IDOSOS CARECEM DE VITAMINA D


 Preocupações  com riscos de câncer de pele, o uso excessivo de filtro solar e a vida urbana com poucas atividades ao ar livre têm provocado essa deficiência.

   Todo mundo sabe que o excesso de sol pode trazer danos irreversíveis à saúde. O que muita gente ignora é que a falta de exposição ao sol traz conseqüências igualmente ruins. É principalmente por meio dos raios ultravioletas que o organismo humano produz a vitamina D, nutriente responsável pela prevenção de diversas doenças .Estudos mostram que a população mundial  vive uma pandemia de deficiência de vitamina D, inclusive em  países tropicais, como o Brasil.
    De acordo com a Sociedade Brasileira de  Endocrinologia e  Metabologia (SBEM), um levantamento realizado na cidade de São Paulo apontou valores inadequados de vitamina D em 85% dos idosos e e em 50% da população de jovens saudáveis. As preocupações com os riscos de câncer de pele, o uso excessivo de filtro solar e  vida urbana com poucas atividades ao ar livre  tem provocado essa deficiência. Há dois anos, A SBEM chegou a discutir com o Ministério da Saúde a inclusão da vitamina D na lista de medicamentos fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

   Exposição

   A exposição de braços e pernas ao sol, num período de 5 a 20 minutos, três vezes por semana, já produz níveis adequados de vitamina D. O período de exposição varia de acordo com a cor da pele, já que as mais escuras são mais resistentes ao sol e menos eficiente na produção de vitamina D. Conforme a idade vai avançando, o banho de sol deve ser um pouco mais demorado.
   Quem não consegue ter esse contato com o sol, pode adquirir vitamina D por meio da alimentação . De acordo com a nutricionista clínica funcional Mirela Ferreira, os alimentos com maiores quantidades de vitamina D são o óleo de fígado de bacalhau, o salmão, a ostra, o ovo e a sardinha. “Uma porção de 13 gramas de óleo de bacalhau já garante 34 microgramas de vitamina  D. O organismo de um adulto, por exemplo, precisa de pelo menos cinco microgramas por dia”.
   Durante muito tempo, cientistas acreditaram que a função da vitamina D era exclusivamente para o metabolismo do cálcio e para a preservação dos ossos, sendo especialmente importante para prevenir a osteoporose. Hoje, a deficiência de vitamina D está associada a doenças como diabetes, infecções, depressão, obesidade, doenças cardíacas e autoimunes, distúrbios metabólicos e diversos tipos de câncer, entre outras.

   Aula no sol 


   Foi preocupada com isso que a professora de ciências Juliana Fonteque, de Londrina, decidiu trabalhar o assunto com os alunos do quinto ano da Escola Educativa. “Eu descobri que tenho deficiência de vitamina D e imaginei que meus alunos também devem ter. Decidi tirá-los da sala de aula  e ir para o sol”, conta. Nasceu assim o projeto O dia D, que além de ensinar sobre a importância da vitamina D promove atividades no pátio, sob o sol. “Pelo menos duas vezes por semana, eles ficam por 15 minutos no sol, fazendo  alguma atividade na apostila ou alguma leitura que antes seria feita em sala de aula”, conta a professora. Para marcar o dia D, as crianças são carimbadas com o desenho de um sol, para se lembrarem da importância do banho de sol para a saúde e divulgarem a informação também fora da escola.
                                                                             50 por cento da população de jovens saudáveis
                                                                        tem valores inadequados de vitamina D, segundo -
                                                                        levantamento da Sociedade Brasileira de Endocri-
                                                                        nologia  e Metabologia (SBEM),realizado na cidade
                                                                        de São Paulo.

                               RECOMENDAÇÃO

                        Necessidade de vitamina D por faixa etária,   segundo a U.S. Dietary Reference
                        Intake (DRI):
·         Homens de 13 a 50 anos:  5 a 10 mcg/dia 
·         Homens de 51 aos 70:  15 mcg/dia
·         Mulheres de 13 a 50 anos: 5mcg/dia
·         Mulheres de 51 a 70 anos: 10 mcg/dia

ALIMENTOS RICOS EM VITAMINA D

·         Óleo de fígado de bacalhau – 34mcg em 13mcg
·         Salmão – 3,5 mcg em 100g
·         Ostras – 8 mcg em 100g
·         Ovo cozido – 0,65 mcg em 50g(1 unidade)
·         Sardinha em lata – 7mcg em 100g
·         Fígado de galinha – 3,75 mcg em 100g
·         mcg: microgramas  por dia.

BENEFÍCIOS
Interatividade sob o sol

A aluna Júlia Vilela, de 12 anos, participa do projeto O dia D, da Escola Educativa, reconhece a falta de exposição ao sol das crianças de sua geração. “Hoje em dia, as pessoas não tomam muito sol, as crianças ficam muito dentro de casa e quase não brincam na rua por causa da violência e a falta de segurança”, argumenta. Segundo ela, a nova rotina das aulas de ciência, além de promover a produção de vitamina D nos alunos, traz outros benefícios. “Do lado de fora, a gente até interage mais. A aula melhorou bastante”.

Modismo
SUPLEMENTOS E RISCOS


A deficiência de vitamina D tem levado muita gente s fazer a suplementação desse nutriente. A nutricionista clínica funcional Mirela Ferreira  alerta que esse é um caminho perigoso. “É o tipo de coisa que acaba virando modismo e as pessoas tomam indiscriminadamente.”. Segundo ela, é preciso descobrir, por meio de um exame de sangue, se existe deficiência e de quanto é. “Essa suplementação deve ser feita através de prescrição médica”, ressalta. O consumo de vitamina D acima no normal pode aumentar o risco de inflamações cardíacas. Outro alerta feito pela nutricionista  é em relação a alimentos enriquecidos com vitamina D, como alguns tipos de leite. “É  preciso cuidado ao contar com esses alimentos fortificados para a ingestão de vitamina D. Precisa avaliar como a vitamina está porque pode ser que o organismo não consiga absorvê-la. ( REPPORTAGEM LOCAL – JULIANA GONÇALVES   jgonçalves@gazetadopovo.com.br  página 8, publicação do JORNAL DE LONDRINA, segunda-feira, 18 de maio de 2015).

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