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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

FISIOTERAPEUTA DERRUBA MITOS DA CORRIDA, COMEÇANDO PELO TÊNIS


     Na hora de escolher um calçado para correr, todo mundo pensa que aqueles  tênis mais caros, com tecnologia de ponta, palmilhas especiais e amortecedores são  os mais adequados. O corredor que desembolsa de  R$300 a R$600 por um calçados desses, na verdade, tem mais chances de evitar uma lesão correndo descalço. Esse é só um dos mitos que o fisioterapeuta canadense BLAISE DUOIS  derrubou, depois de analisar mais de mil artigos científicos. Ele esteve em LONDRINA a convite do INSTITUTO SALGADO  DE SAÚDE INTEGRAL para falar de tendências em prevenção de lesões da corrida, área em que é autoridade mundial.
     Quando o assunto é a prática de corrida, calçados minimalistas e pés nus são a tendência. Segundo DUBOIS, estudos mostram que essas opções diminuem o impacto e afastam o risco de lesões em calcanhares e joelhos. “A indústria fez a gente acreditar que os calçados modernos vão nos proteger e isso faz com que eles consigam vender calçados caros para as pessoas “, pondera. “Mas o calçado para a corrida deve ser o mais simples possível. Deve se aproximar ao máximo dos pés descalços”, afirma.
     Até mesmo a opção de correr de pés descalços, condenada por muitos especialistas, é completamente recomendável, segundo o canadense. “É muito bom correr descalço. É melhor para a biomecânica, ou seja, a forma como o corpo se movimenta durante a corrida, melhor para a adaptação e solidificação dos pés “. Segundo ele, correr descalço  provoca menos impacto nos pés do que os calçados com amortecedores.
     O fisioterapeuta, no entanto, faz uma ressalva para quem já está habituado a correr utilizando calçados. “Se a pessoa vai começar a correr, melhor que seja com calçado minimalista. Se já está acostumado  aos tênis modernos e não sofreu lesão, nem pretende melhorar o rendimento como corredor, é melhor não modificar os hábitos.”
     É preciso também levar em consideração o conforto dos calçados. “Não pode deixar de usar de repente um calçado moderno  para correr descalço. Se está acostumado a correr com sapatilhas ou sandálias de borracha, a transição é muito mais fácil.  
                         EFICÁCIA COMPROVADA
     O educador físico e triatleta TIAGO CONCEIÇÃO acompanha a metodologia  de DUBOIS há algum tempo e percebe, na prática, a eficácia. “Sempre funcionou. O risco de lesão é muito reduzido, melhora a biodinâmica de corrida, da postura e da prevenção a lesões”, afirma. “Ele trabalha muito com a questão da prevenção e isso se tornou tendência. As pessoas têm que buscar fisioterapia para prevenir e não para consertar um problema.”
                         Serviço Instituo Salgado de Saúde Integral  - (43) 3375-4700
Estudo        
                  CORREDORAS, ADEUS AO SUTIÃ
Outro mito que cai por terra  nos  estudos  do fisioterapeuta canadense BLAISE DUBOIS é a utilização de sutiã por mulheres que correm. Até então, a informação que se tinha era que correr sem sutiã, e até mesmo sem sutiã especial para a prática esportiva, deixaria os seios caídos. “Estudos feitos com mulheres que corriam com sutiã e outras que corriam sem mostraram que as mamas, em vez de caírem, subiram”, afirma. (JG)
                           EXAGERO É ERRO QUE LEVA A LESÃO
     Quando se fala de lesões em corredores, a principal causa, segundo BLAISE DUBOIS, é correr demais e muito rápido, sem estar preparado. “Eles exageram. É preciso ter uma boa quantificação do estresse mecânico, aumento gradual do volume e da intensidade da corrida”, afirma. “Oitenta por cento das causas de lesão é exagero no treino”, acrescenta.
     Para saber quantificar o estresse mecânico, segundo ele, o mais importante é saber escutar o próprio corpo. “Se algo começa a doer, é preciso frear. Dores durante e após o exercício, além da rigidez matinal, são indícios de que está havendo exagero”. Para evitar que isso aconteça, uma das sugestões do especialista é aumentar apenas 10%  do volume de corrida a cada semana.

     Os alongamentos  físicos são alvo de outro mito derrubado pelo canadense, que desaconselha o alongamento estático – aquele em que se mantém uma posição por cerca de 30 segundos. “O corredor deve fazer alongamentos balísticos, que usam contrações musculares para forçar a extensão do músculo em movimentos repetidos.! (JG)  Reportagem escrita por Juliana Gonçalves  jgonçalves@gazetadopoc=vo.com.br  publicada no JORNAL DE LONDRINA, segunda-feira, 1  de Setembro de 2014). 

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