Na hora de escolher um calçado para
correr, todo mundo pensa que aqueles
tênis mais caros, com tecnologia de ponta, palmilhas especiais e
amortecedores são os mais adequados. O
corredor que desembolsa de R$300 a R$600
por um calçados desses, na verdade, tem mais chances de evitar uma lesão
correndo descalço. Esse é só um dos mitos que o fisioterapeuta canadense BLAISE
DUOIS derrubou, depois de analisar mais
de mil artigos científicos. Ele esteve em LONDRINA a convite do INSTITUTO
SALGADO DE SAÚDE INTEGRAL para falar de
tendências em prevenção de lesões da corrida, área em que é autoridade mundial.
Quando o assunto é a prática de corrida,
calçados minimalistas e pés nus são a tendência. Segundo DUBOIS, estudos
mostram que essas opções diminuem o impacto e afastam o risco de lesões em
calcanhares e joelhos. “A indústria fez a gente acreditar que os calçados
modernos vão nos proteger e isso faz com que eles consigam vender calçados
caros para as pessoas “, pondera. “Mas o calçado para a corrida deve ser o mais
simples possível. Deve se aproximar ao máximo dos pés descalços”, afirma.
Até mesmo a opção de correr de pés
descalços, condenada por muitos especialistas, é completamente recomendável,
segundo o canadense. “É muito bom correr descalço. É melhor para a biomecânica,
ou seja, a forma como o corpo se movimenta durante a corrida, melhor para a
adaptação e solidificação dos pés “. Segundo ele, correr descalço provoca menos impacto nos pés do que os
calçados com amortecedores.
O fisioterapeuta, no entanto, faz uma
ressalva para quem já está habituado a correr utilizando calçados. “Se a pessoa
vai começar a correr, melhor que seja com calçado minimalista. Se já está
acostumado aos tênis modernos e não
sofreu lesão, nem pretende melhorar o rendimento como corredor, é melhor não
modificar os hábitos.”
É preciso também levar em consideração o
conforto dos calçados. “Não pode deixar de usar de repente um calçado
moderno para correr descalço. Se está
acostumado a correr com sapatilhas ou sandálias de borracha, a transição é
muito mais fácil.
EFICÁCIA COMPROVADA
O educador físico e triatleta TIAGO
CONCEIÇÃO acompanha a metodologia de
DUBOIS há algum tempo e percebe, na prática, a eficácia. “Sempre funcionou. O
risco de lesão é muito reduzido, melhora a biodinâmica de corrida, da postura e
da prevenção a lesões”, afirma. “Ele trabalha muito com a questão da prevenção
e isso se tornou tendência. As pessoas têm que buscar fisioterapia para
prevenir e não para consertar um problema.”
Serviço Instituo
Salgado de Saúde Integral - (43)
3375-4700
Estudo
CORREDORAS, ADEUS AO SUTIÃ
Outro mito que cai por terra nos
estudos do fisioterapeuta
canadense BLAISE DUBOIS é a utilização de sutiã por mulheres que correm. Até então,
a informação que se tinha era que correr sem sutiã, e até mesmo sem sutiã
especial para a prática esportiva, deixaria os seios caídos. “Estudos feitos
com mulheres que corriam com sutiã e outras que corriam sem mostraram que as
mamas, em vez de caírem, subiram”, afirma. (JG)
EXAGERO É ERRO QUE
LEVA A LESÃO
Quando se fala de lesões em corredores, a
principal causa, segundo BLAISE DUBOIS, é correr demais e muito rápido, sem
estar preparado. “Eles exageram. É preciso ter uma boa quantificação do
estresse mecânico, aumento gradual do volume e da intensidade da corrida”,
afirma. “Oitenta por cento das causas de lesão é exagero no treino”,
acrescenta.
Para saber quantificar o estresse
mecânico, segundo ele, o mais importante é saber escutar o próprio corpo. “Se
algo começa a doer, é preciso frear. Dores durante e após o exercício, além da
rigidez matinal, são indícios de que está havendo exagero”. Para evitar que
isso aconteça, uma das sugestões do especialista é aumentar apenas 10% do volume de corrida a cada semana.
Os alongamentos físicos são alvo de outro mito derrubado pelo
canadense, que desaconselha o alongamento estático – aquele em que se mantém
uma posição por cerca de 30 segundos. “O corredor deve fazer alongamentos
balísticos, que usam contrações musculares para forçar a extensão do músculo em
movimentos repetidos.! (JG) Reportagem
escrita por Juliana Gonçalves jgonçalves@gazetadopoc=vo.com.br publicada no JORNAL DE LONDRINA,
segunda-feira, 1 de Setembro de 2014).
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